Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um dos distúrbios psíquicos associados à ansiedade. É comum vermos pessoas com gosto por organização e limpeza na internet utilizarem o termo “TOC” para descreverem a si mesmas, quase como uma gíria.
Porém, gostar de ver seus objetivos em seus devidos lugares e a casa limpa é totalmente diferente de conviver com os sintomas do TOC, os quais não se encaixam somente em fixação por organização e limpeza.
É estimado que 3 a 4 milhões de brasileiros vivam com essa condição e muitos ainda não tenham sido diagnosticados nem recebido tratamento adequado.
Quando não se tem informação sobre TOC, é comum que seus sintomas sejam confundidos com manias ou características da personalidade. Assim, as pessoas não possuem consciência de que se trata de uma condição tratável ou buscam ajuda de psicólogos.
O que é Transtorno Obsessivo-Compulsivo?
Caracterizado por, como próprio nome implica, comportamentos obsessivos ou compulsivos ou ambos, esse distúrbio geralmente se inicia muito cedo. É possível identificar os primeiros sinais logo na infância ou adolescência.
Quando ele não é tratado, os sintomas podem facilmente interferir em diversas áreas da vida. O desempenho profissional e acadêmico, o casamento, os relacionamentos interpessoais e os laços familiares, bem como a autoestima dos indivíduos com TOC, são afetados devido à vontade irresistível de ceder às compulsões.
Em vez de atenderem às suas obrigações profissionais, por exemplo, um profissional dedica grande parte do seu tempo a execução de rituais cuja utilidade é inexistente, como lavar as mãos repetidamente, contar até um certo número e/ou organizar seus materiais de modo metódico. Logo, sua performance no trabalho decai.
As pessoas com TOC não fazem essas coisas simplesmente “por fazer” ou por ficarem incomodadas com a desorganização e/ou falta de limpeza do ambiente. Os comportamentos compulsivos-obsessivos têm como finalidade diminuir a ansiedade e pensamentos turbulentos.
Se elas não satisfazem suas vontades, o nervosismo, angústia e até medo crescem, provocando pensamentos trágicos envolvendo a si mesmas, familiares, cônjuges e amigos.
Os sintomas despertam vergonha e costumeiramente são mantidos em segredo, pois elas têm consciência de que o modo como agem não é “normal”.
Sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Os sintomas dessa condição são divididos em duas categorias: obsessões e compulsões. O diagnóstico acontece quando ao menos um desses fatores comportamentais é identificado.
As pessoas com TOC não querem engajar em condutas obsessivas e/ou compulsivas e ficam envergonhadas quando o fazem, mas sentem como se não tivessem escolha ou controle de suas próprias vontades.
Tanto as obsessões quanto as compulsões tomam muito tempo, o que não apenas prejudica várias áreas de suas vidas, mas também provocam cansaço mental e físico.
1. Obsessões
Caracterizadas por pensamentos e impulsos recorrentes, persistentes e indesejados, as obsessões causam sofrimento e ansiedade significativas. A pessoa com TOC tenta ignorá-los ou substituí-los com outros pensamentos, mas tem dificuldade para mudar o foco. Elas consistem em:
- Preocupação em excesso com sujeira, germes ou possibilidade de contaminação;
- Dúvidas irracionais e constantes, como se questionar diversas vezes se trancou a porta ou desligou o fogão ao sair de casa;
- Incômodo com a desorganização ou falta de alinhamento, ordem, sequência ou simetria de objetos;
- Pensamentos e crenças supersticiosas envolvendo números, cores, palavras e datas específicas.
2. Compulsões
As compulsões podem ser descritas como a manifestação das preocupações e incômodos obsessivos. Trata-se de comportamentos repetitivos ou atos mentais os quais são desempenhados de acordo com regras rígidas definidas pelo próprio indivíduo.
Há também a crença de que uma ação precisa ser executada para prevenir a concretização de um acontecimento ruim, como a morte ou ferimento de alguém querido, ou um desastre natural. Quanto mais a pessoa com TOC tenta lutar contra a compulsão, mais ansiosa e temerosa ela fica.
As compulsões podem ser:
- Repetições, como lavar as mãos, acender e apagar as luzes, tocar em objetos, contar até um número específico ou determinados objetos no cômodo, entre outros;
- Rituais, como entrar em um cômodo com o pé direito, cumprimentar todas as pessoas com um toque no ombro, mencionar uma palavra específica X vezes durante uma conversa, entre outros;
- Ordenação, como organizar freneticamente livros, talheres, roupas, lápis e canetas, sapatos e outros objetos.
3. Emoções negativas
Junto com as obsessões e compulsivas, o transtorno obsessivo-compulsivo desperta uma série de emoções negativas, como aflição, vergonha, ansiedade e culpa.
Elas levam às pessoas com TOC a se sentirem inadequadas e estranhas, como se ninguém fosse capaz de compreendê-las. Assim, temem pedir ajuda e receberem a confirmação de seus piores medos.
Elas também têm medo de seus pensamentos incomuns, os quais consideram desagradáveis e intrusivos. Alguns indivíduos os descrevem como “vozes” ou uma consciência própria que parece controlar suas vontades.
Normalmente, os devaneios obsessivo-compulsivos seguem a seguinte lógica: “Se eu não tocar todos os itens amarelos desse cômodo, meu pai vai sofrer um acidente a caminho do trabalho” ou “Preciso estalar os dedos 30 vezes para que minha mãe chegue em segurança em casa”.
Enquanto algumas pessoas têm consciência de que seus pensamentos e medos são excessivos, outras acreditam que eles possuem uma base sólida na realidade.
Causas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Uma série de fatores contribui para o surgimento do TOC tanto na infância e adolescência quanto na vida adulta. A ciência acredita que alterações químicas e nas funções cerebrais podem estar por trás do distúrbio. A genética também pode ser uma possível causa, mas ainda não foram identificados genes específicos para tal.
Entretanto, como filhos de pais depressivos e ansiosos têm mais chance de desenvolverem essas condições, é possível que eles também sejam mais suscetíveis a ter distúrbios associados à ansiedade.
Experiências de vida traumáticas ou estressantes, como ter tido uma infecção ou doença grave quando pequeno, vivido uma epidemia contagiosa, sofrido abuso sexual ou ter sido negligenciado, também são possíveis causas.
A repetição de determinados comportamentos vistos como normais até certo ponto, como checar múltiplas vezes se todas as janelas estão trancadas ou se o fogão está desligado antes de sair de casa, também pode evoluir para TOC, principalmente se a pessoa é naturalmente ansiosa.
Outras condições de saúde mental, como depressão, ansiedade generalizada, transtornos de tiques, fobia social e síndrome do pânico, podem ter relação com o TOC. Não é raro que um indivíduo tenha vários distúrbios ao mesmo tempo.
Tratamento para TOC
O transtorno obsessivo-compulsivo pode ser tratado na terapia! O atendimento psicológico é, na verdade, muito importante para ajudar o indivíduo a modificar o seu modo de pensar e substituir os comportamentos obsessivo-compulsivos por saudáveis. No caso de TOC em crianças, é ideal que pais também busquem um pediatra.
Com a orientação do psicólogo, pacientes aprendem estratégias e técnicas para contornar obsessões e compulsões no dia a dia. O domínio delas acontece mediante a prática, então pode demorar um pouco para que pacientes consigam domar impulsos desagradáveis.
A duração do tratamento psicoterapêutico depende muito da personalidade, das necessidades emocionais e da resposta de cada paciente às consultas. Alguns podem levar meses ou até anos para assimilar os ensinamentos por completo. Já outros podem ter mais facilidade para mudar padrões comportamentais negativos.
Durante o atendimento, o apoio da família, cônjuge e amigos faz muita diferença. A pessoa com TOC pode acreditar que não há possibilidade de melhoria por estar desanimada, deprimida e frustrada. Assim, as pessoas próximas podem fornecer o apoio moral e emocional necessários para ela se motivar.
Quando buscar tratamento?
Quem tem pequenas manias, como gostar de alinhar e organizar objetos e limpar a casa, ou possui o costume de verificar se a porta de casa está mesmo trancada pode se perguntar se tem ou está desenvolvendo TOC.
Essa também pode ser uma dúvida de pessoas cujo comportamento é rígido. Como tendem a gostar das coisas feitas à sua própria maneira, são metódicas e inflexíveis.
Somente um profissional é capaz de fazer um diagnóstico exato do transtorno obsessivo-compulsivo. No entanto, se essas atitudes não despertam sofrimento emocional e não tomam um tempo excessivo da sua vida, é provável que sejam somente preferências pessoais.
Já se você se sentir incomodado e tiver o desejo de parar, mas não consegue fazer isso por razões que não consegue explicar, procurar um profissional pode ser útil para aliviar as suas preocupações.
O importante é entender que buscar ajuda profissional não é um ato de fraqueza nem uma admissão de que há de fato algo errado com você. É um passo em direção à recuperação do bem-estar emocional e psicológico e funcionalidade, bem como da reconstrução da sua autoconfiança!
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Franciane Bortoli
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Consultas por vídeoA psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...