Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
A inveja é um sentimento comum. Embora tenha uma conotação extremamente negativa, a maioria das pessoas já invejou alguém em algum momento de suas vidas.
Ela está associada a muitos pensamentos equivocados e crenças supersticiosas presentes em nossa sociedade. Não é à toa que as pessoas inventaram rituais para espantar o “olho-gordo”, como se esse sentimento pudesse destruir as suas vidas, não é mesmo?
Apesar de surgir juntamente de sensações e emoções negativas, a inveja não é tão poderosa quanto dizem. É, na verdade, um sentimento compreensível em muitas ocasiões e nem sempre acarreta sofrimento emocional. Todavia, para viver com tranquilidade, psicólogos recomendam modificar a sua perspectiva de vida para combatê-lo.
O que é inveja?
A inveja surge quando se deseja o que pertence a outra pessoa. Pode ser uma promoção, um traço de personalidade, uma vivência, uma qualidade, um relacionamento ou uma posse material. O invejoso percebe a felicidade do outro e deseja vivê-la através das mesmas circunstâncias.
Ela é diferente do ciúme. Este, por sua vez, está ligado ao medo de perder algo que já se possui. A pessoa ciumenta teme perder um cônjuge, por exemplo. A inveja é totalmente o oposto: é o desejo de ter algo não existente.
Normalmente, a inveja é acompanhada de sensações de inferioridade e injustiça. Por que o outro tem e eu não? Por que ele tem mais oportunidades que eu? Por que as coisas são mais fáceis para ele? Esses questionamentos rondam a mente do invejoso, fazendo-o acreditar que o problema pode ser ele.
A inveja também desperta a necessidade de comparação. O invejoso começa a comparar a sua vida com a dos outros, focando em identificar quais oportunidades e momentos bons ele não viveu, mas o outro sim. Assim, ele passa a desejar as conquistas alheias.
Então, pode-se dizer que a inveja é um sentimento que afasta as pessoas delas mesmas. Em vez de se dedicarem a melhorar as próprias vidas, elas decidem que cobiçar a vida alheia é mais importante.
É ruim sentir inveja?
Em algum momento da sua vida, você pode ter sentido vontade de possuir algo pertencente a alguém próximo, como um carro 0 km ou um cônjuge atencioso, ou viver uma experiência, como uma viagem internacional.
A inveja ocasional e passageira não é prejudicial, embora seja desagradável senti-la. A nossa primeira reação é sentir vergonha e nos repreender por senti-la quando, na verdade, é um sentimento bastante humano e comum.
Quando você está em uma jornada para conquistar algo desejado por muito tempo e outro indivíduo chega lá primeiro, por exemplo, é normal desejar ter a mesma experiência.
Todavia, quando ela se torna corriqueira, desperta uma série de emoções e pensamentos negativos, os quais conseguem facilmente alterar o humor.
Além disso, ela pinta um panorama desagradável da vida. O invejoso acredita sempre possuir menos. Ele ataca a própria autoestima com palavras ásperas. “Você não merece. Você é insignificante. Você é feio. Você não é competente”. Esses pensamentos degradantes o tornam infeliz e amargurado.
Como ele não consegue fingir estar feliz pelos outros por muito tempo, o invejoso começa a ser criticado e evitado pelos demais. Ninguém gosta de sentir que alguém não está, de fato, contente por suas conquistas.
Sendo assim, a inveja intensa, a qual não lhe permite aproveitar a própria vida e lhe enche de angústia, é sim muito ruim.
Sou uma pessoa ruim por sentir inveja dos outros?
Você já deve ter se perguntado múltiplas vezes “por que sinto inveja dos outros” na tentativa de dissecar esse comportamento. Também deve ter se questionado se é mesmo uma pessoa boa por sentir inveja, principalmente quando é de pessoas queridas.
Embora “os invejosos” sejam seres repudiados em filmes, músicas e novelas, na realidade, eles não são pessoas ruins. São indivíduos que precisam se dedicar ao autocuidado e ter mais atenção com a sua saúde mental.
O excesso deste sentimento pode provocar o surgimento de condições psicológicas graves, como depressão e ansiedade.
Logo, você não é uma pessoa ruim por sentir inveja.
Se este sentimento está perturbando o seu estado emocional e desestruturando a sua autoestima, contudo, está na hora de fazer uma autorreflexão. Abaixo, veja algumas perguntas pertinentes que podem ajudá-lo a compreender a origem da inveja:
- Por que você deseja o que os outros têm com tanto ardor?
- O que está faltando na sua vida para você também conquistar os seus desejos?
- O que está faltando em você (qualidades, persistência, habilidades) para você alcançar o mesmo resultado?
- O que você ainda não fez para alcançar o sucesso?
- O que o outro fez para conquistar o que você quer?
A última pergunta não tem o objetivo de fazê-lo se sentir mal, mas, sim, de ajudá-lo a refletir sobre a caminhada do outro. A partir da história de outras pessoas, encontramos respostas e inspiração para traçar a nossa própria trajetória. Você pode usar táticas semelhantes ao outro para conseguir um resultado semelhante.
Como deixar de ter inveja das pessoas?
Existem algumas percepções enganosas sobre a inveja. Muitos acreditam que se trata de um traço imutável da personalidade. Uma pessoa invejosa sempre cobiçará o que não lhe pertence. Entretanto, assim como todos nós estamos suscetíveis a invejar alguém, também podemos combater este sentimento.
A inveja surge, permanece por alguns instantes e desaparece. Às vezes, some mais rápido. Às vezes, perdura por muito tempo. Pessoas com baixa autoestima, inseguras e deprimidas, por exemplo, tendem a alimentar a inveja por vários dias, quase como se não quisessem se livrar dela.
Você pode combater a necessidade de desejar o que o outro possui e trazer o foco da sua vida de volta para você. Vamos mostrar como fazer isso em seguida.
1. Aceite a inveja
Quando invejar alguém, não parta imediatamente para a autodepreciação. Não se maltrate, dizendo que você é uma pessoa horrível por ter aquele sentimento. A melhor maneira de lidar com ele é fazendo um exercício de autoaceitação.
Aceite que você invejou um ente querido, um amigo próximo, um profissional admirado no trabalho, uma personalidade da internet, ou seja quem for. No lugar de se sentir mal consigo mesmo, pergunte o porquê de você ter sentido inveja e como pode transformá-la em inspiração para seguir com os seus próprios objetivos.
2. Cuide de você mesmo
A inveja é um indicativo de que algo na sua vida não está muito bem. Então, cuide de suas emoções, pensamentos, autoestima e humor. Deixe de fazer comparações. O gramado do vizinho só é mais verde porque temos uma perspectiva superficial dele.
Reflita sobre o que você pode melhorar em sua vida para deixar de sentir esse sentimento. Lembre-se que você é a pessoa com quem deve se preocupar acima de tudo. Se você não está se colocando como prioridade e lutando por seu bem-estar, então quem está?
3. Não lute contra a realidade
Aceite que a sua hora ainda não chegou. Quando lutamos contra a realidade, a tendência é encontrar apenas sofrimento e frustração.
A outra pessoa pode ter se dedicado mais do que você imagina, aperfeiçoado as suas habilidades por vários anos e feito sacríficos impensáveis para chegar onde está atualmente. Não veja o sucesso dela como uma prova de que você é incompetente. Analise a jornada dela para que você possa incrementar a sua.
4. Seja paciente
Do mesmo modo, seja paciente. Não tente pular etapas ou recorrer a artimanhas questionáveis para conseguir o que deseja. Se você não encontrou o amor da sua vida ou recebeu a tão desejada promoção hoje, nada impede que isso aconteça amanhã.
Se o seu momento ainda não chegou é porque você ainda não está preparado. Talvez precise desenvolver aptidões específicas, adquirir novos conhecimentos e ter mais experiências de vida para chegar lá. Seja paciente e grato pelo presente para que seja possível construir um futuro satisfatório.
5. Não desista de seus sonhos
Quanto mais tempo você passar desejando ter o que não possui ou ser o que não é, menos tempo dedicará para conquistar os seus sonhos. O fato de outra pessoa, seja próxima ou não, ter conquistado o sonho dela antes de você não afeta em nada a sua vida.
Dessa maneira, não caia na armadilha da inveja e mude o foco da sua vida completamente para a vida dos outros. No futuro, você se arrependerá de ser tão negligente consigo mesmo. Quando a inveja aparecer, aceite-a e deixe-a ir embora naturalmente, transferindo a sua atenção de volta para si mesmo.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...
Adorei esse artigo. Muito bom! Parabéns!
Obrigada!
Muito obrigado
Adorei esse artigo
Parabéns pelo artigo me ajudou muito !!
Que bom, fico feliz!
Sinto-me melhor após a leitura deste artigo. Muito útil. Que alívio! Obrigado!
Obrigada pelo feedback!
CIÚME é não querer perder o que se tem.
COBIÇA é querer o que o outro tem.
INVEJA é não querer que o outro tenha.
Percebam que muitas vezes o invejoso tem mais do que o invejado. Vou dar um exemplo simples: O invejoso pode ser o dono da fábrica de caneta, mas se você comprou uma caneta ele tem inveja da caneta que você PÔDE COMPRAR.
Obrigada pelo seu comentário.
Está perfeito! Reconheço e acolho! Ja estava entrando em ansiedade/ depressão profunda e choro constante por querer negar um sentimento! Mas muitas vezes as pessoas as quais senti isso não eram tudo aquilo. Nao foi questão de esforço. Ao contrário, nem são esforçadas e nem tudo o que parece é! Vou reler sempre que precisar este artigo!
Que bom saber que o artigo foi útil para você!
Sou invejoso, e isso fal mal, tira o foco da vida, tenho que aceitar o que tenho e como sou.
Um psicólogo pode te ajudar!
Hoje me sinto INVEJOSO, por isso até sai das redes sociais. Sempre tenho a impressão de que a vida de todos é melhor do que a minha. Otimo texto
Obrigada por compartilhar o seu relato e o seu comentário. Trabalhe o seu autoconhecimento para entender os seus defeitos, qualidades, limites e desenvolver as suas potencialidades. Um psicólogo pode te ajudar!
Muito obrigado
Infelizmente eu carrego esse sentimento. Tenho inveja da vida da minha amiga, do relacionamento dela, e tudo. Eu até falo pra mim mesma que odeio ela, mas depois me sinto mal. Quero me livrar disso e parar de me achar insuficiente.
Olá! Sugiro que assista ao meu vídeo sobre “Complexo de inferioridade: como lidar?” clicando aqui.
Esse texto foi um alerta pra mim aceitar os meus sentimentos sem culpa porém lidar com eles é voltar pra mim mesma estou grata a amiga wue me enviou esse material e a você pelo trabalho vou segui-la ! ❤
Olá, Doralice! Obrigada pelo seu comentário. Fico realmente contente em saber que gostou do conteúdo! Se tiver interesse, você também pode assinar a nossa newsletter para receber todos os conteúdos que são publicados em tempo real! Basta se inscrever clicando neste link: https://www.psicologosberrini.com.br/newsletter. Espero que você goste!
Boa Noite.
sou da abordagem psicanalista, Winicottiana, estou realizando minha tese de conclusão de faculdade sobre a inveja, estou pesquisando sobre a, Klein e Winicoot estou percebendo que a inveja é algo que vem na infância como, Freud diz pulsão de vida e de morte. e vir pela tcc que vocês trabalha muito a autoestima do ser humano, gostei muito do seu trabalho, e estou percebendo baixa auto estima no invejoso pela psicanálise.
Boa noite!
Obrigada por ter feito este artigo. Quando eu pensei ser invejosa, li o seu artigo e mais um outro confesso que chorei XD
Acho que tenho sido invejosa há anos (me deixei levar por comparações que faziam de mim desde criança por pessoas da família e acabei replicando em mim mesma) e só agora encontrei forças para mudar (tenho 30 anos). Não desejo mal às pessoas que invejo, mas fico me colocando para baixo por não conseguir ter ou ser que nem elas.
Novamente obrigada pelo artigo, vou fazer as coisas que você orientou.
Olá! Reconhecer o que precisa ser mudado é o primeiro e mais importante passo para o autoconhecimento. Um psicólogo também pode te auxiliar nesse processo!