Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
O conceito de saúde mental vai além da ausência de doenças, como depressão, síndrome do pânico e ansiedade generalizada. Um indivíduo com má saúde mental pode não ter o diagnóstico de nenhuma doença.
O significado, de fato, é mais amplo do que a indagação sobre a condição de saúde individual.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde mental como um estado de bem-estar em que o indivíduo é capaz de aprimorar as suas habilidades, gerenciar o estresse diário, ser produtivo e contribuir positivamente para a sociedade.
Em outras palavras, é um estado que possibilita o seu pleno funcionamento no dia a dia. O indivíduo com saúde mental consegue aproveitar os momentos bons e superar grandes adversidades.
Um estudo de 2020 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) dos Estados Unidos identificou que adultos com deficiência sofrem mais angústia do que os sem deficiência.
Além das limitações oriundas do tipo de deficiência, sintomas de condições de saúde mental, principalmente quando não são diagnosticadas ou tratadas, se tornam um desafio extra.
Definição de deficiência
O conceito de deficiência como uma limitação individual imperou na sociedade por muito tempo, negando quaisquer relações do portador de deficiência com o ambiente. Ele era o único culpado por suas dificuldades. Consequentemente, pouco se era feito para acomodá-lo de maneira confortável na sociedade.
Criou-se, assim, a ideia de que pessoas com deficiência eram um ‘fardo’ para as suas famílias e à comunidade. Ideia essa que causou – e ainda causa – muito desconforto emocional e problemas de autoestima para elas.
Nos últimos anos, no entanto, se passou a compreender que além das estruturas e limitações do corpo, fatores sociais e ambientais também estão ligados à deficiência.
Dessa maneira, a deficiência passou a ser compreendida como um fenômeno multidimensional. As dificuldades das pessoas com deficiência também são um resultado das barreiras sociais que dificultam a sua inserção social.
Fatores que causam impacto na saúde mental de pessoas com deficiência
Pessoas com deficiência muitas vezes precisam lidar com desafios únicos no cotidiano. Muitos deles têm a ver com estigmas e a falta de acessibilidade a serviços básicos, esferas sociais e/ou ambientes. Sendo assim, elas são mais suscetíveis à deterioração da saúde mental.
A ansiedade e preocupação podem surgir quando o indivíduo reflete sobre seu futuro acadêmico ou profissional, podendo levar ao desânimo. Já o estresse pode ser desencadeado por vivências negativas, frustrações, pré-conceitos e limitações impostas pelo despreparo do ambiente para receber a pessoa portadora de deficiência.
Ainda é comum que essa pessoa seja excluída socialmente, especialmente na escola, e tenha dificuldade para ter uma autopercepção positiva por conta disso. A baixa autoestima, por sua vez, pode estimular uma série de sentimentos desagradáveis, como culpa, apatia, raiva e desesperança.
Além da questão emocional, o portador de deficiência pode encontrar as seguintes dificuldades:
- Cuidados pessoais: dificuldade para se alimentar, tomar banho, se vestir, fazer as necessidades, entre outros;
- Tarefas domésticas: dificuldade para limpar a casa, ordenar objetos e cômodos, preparar refeições, reabastecer a despensa da residência, entre outros;
- Mobilidade em casa: dificuldade para se locomover pela casa, se realocar da cama para a cadeira de rodas, subir e descer escadas, entre outros;
- Mobilidade na comunidade: dificuldade para acessar ambientes externos, participar de atividades fora de casa, entrar e sair do carro, usar meios de transporte públicos, caminhar pelas calçadas da cidade, atravessar ruas e avenidas, entre outros;
- Atividades prazerosas: dificuldade para participar de atividades de lazer, passatempos, exercícios físicos, esportes e hobbies, além de viajar e socializar com outras pessoas, entre outros;
- Cuidar de outras pessoas: dificuldade para cuidar de outros indivíduos, como crianças, idosos e entes queridos;
- Relacionamentos: dificuldade para se relacionar com outras pessoas amorosa e/ou sexualmente; e
- Trabalhar: dificuldade para acessar o mercado de trabalho, o que torna o portador de deficiência física mais suscetível à pobreza.
Saúde mental para pessoas com deficiência
Pessoas com deficiência podem ter vidas ativas, significativas e, sobretudo, alegres. Elas possuem os mesmos direitos e acesso às oportunidades que o restante dos indivíduos.
Isso inclui ser capaz de participar ativamente da comunidade, nutrir relacionamentos saudáveis, ter acesso a um plano de saúde e, por fim, trabalhar e estudar da maneira desejada.
Pais, familiares e amigos podem tratá-las com extrema diferença sem ter a consciência disso, gerando uma série de questionamentos acerca da sua identidade.
É evidente que pessoas com deficiência possuem necessidades únicas, mas isso as torna tão diferentes assim das demais?
Essa dúvida pode gerar sentimentos de inferioridade, os quais corroboraram para o surgimento da depressão, ansiedade, pânico e outras condições de saúde mental.
Aliás, essas condições ainda são estigmatizadas em nossa sociedade. Pensamentos como “Eu sou fraco” ou “É tudo coisa da minha cabeça” permanecem frequentes e acabam afastando as pessoas da terapia.
Pessoas com deficiência, como já possuem uma condição preexistente, podem sofrer ainda mais com as influências dessas crenças negativas.
Levando em consideração todas as nuances mencionadas acima, separamos algumas dicas para elevar a saúde mental das pessoas portadoras de deficiência.
1. Procure um psicólogo experiente
É importante fazer terapia quando sentimentos e pensamentos negativos começam a se tornar companheiros indesejados.
Quando se está com dificuldade para manter o bem-estar no dia a dia, é mais fácil se deixar levar pelo estresse, imprevistos e experiências pouco agradáveis.
Para a pessoa portadora de deficiência é aconselhável buscar um psicólogo com experiência em atender pacientes na mesma ou em condições semelhantes que você, ou um profissional disposto a compreender as nuances do seu dia a dia.
Dessa maneira, você aproveita ao máximo a terapia e consegue dialogar confortavelmente com o psicólogo!
A terapia também pode ser útil para familiares, amigos e cônjuges. Pacientes podem convidar entes queridos e parceiros para fazer sessões em grupo.
Assim, cada um pode expressar suas preocupações, necessidades e desejos enquanto o psicólogo faz a mediação necessária para evitar conflitos e melhorar a convivência.
2. Pratique a autoaceitação
A autoaceitação é um objetivo comum a milhares de indivíduos nas mais diversas condições de vida.
Olhar para si mesmo, avaliando tanto a aparência física quanto as atitudes, e decidir se aceitar da maneira que é não costuma ser fácil. Por isso, é preciso praticar a autoaceitação todos os dias.
Como fazer isso? Combatendo pensamentos autodepreciativos que não o levam a lugar nenhum, buscando maneiras de elevar o humor, celebrando vitórias e pequenas conquistas, aceitando elogios e apreciando as próprias qualidades e as boas decisões.
A cada dia, tente praticar um pouco desses exercícios. Você vai perceber uma mudança em sua maneira de pensar e de enxergar a si mesmo com o passar do tempo. Entretanto, para isso, a prática precisa ser recorrente!
3. Busque por grupos de afinidades
Não há nada mais agradável do que conversar com alguém que entende as suas experiências de vida, não é mesmo?
Alguém que compreende como você se sente, mesmo quando os outros acreditam que você está exagerando nas suas reações e convicções.
Além de melhorar o seu humor e ajudá-lo a se sentir acolhido, você pode receber ajuda em momentos de necessidade graças a essa conexão. E, também pode oferecer ajuda a alguém passando por uma situação semelhante.
Procure grupos de afinidade, como pessoas portadoras da mesma deficiência e indivíduos dispostos a ajudar e ouvir sem fazer julgamentos, para ter essa experiência.
Você pode encontrá-los em ONGs e instituições voltadas para o atendimento de pessoas com deficiência e em grupos nas redes sociais.
4. Cuide da sua saúde emocional
Cuidar da saúde emocional é um dos fatores mais importantes para se ter bem-estar na vida diária.
Praticar exercícios físicos, se dedicar a um hobby, trabalhar ou fazer voluntariado, fazer um curso, conectar-se com pessoas na mesma sintonia e praticar técnicas de relaxamento (como meditação) são algumas maneiras de cuidar da saúde da mente.
Dependendo da deficiência, o indivíduo pode ter dificuldades para concluir certas atividades, mas isso não significa que tenha que ficar 100% de fora delas.
É possível fazer adaptações para que ele tenha a experiência, mesmo que difira do que é considerado convencional.
Praticar o autoconhecimento, respondendo perguntas sobre a sua maneira de agir, de pensar e de ser e propondo reflexões acerca do próprio comportamento, também é uma forma de cuidar da saúde emocional.
À medida que você se conhece, sabe o que precisa ser feito para que você se sinta bem consigo mesmo, é capaz de definir objetivos para sua vida e, ainda, começa a gostar de si mesmo do jeito que é.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...