Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Alguma vez você já disse algo esperando que a pessoa reagisse da forma contrária, sem ela saber?
Ou já percebeu que te mandaram seguir um caminho e, para contriariar, você fez o oposto — e depois os demais mostraram que essa era a intenção desde o princípio? Isso é o uso da psicologia reversa.
Entenda como ela funciona e até que ponto pode ser algo positivo ou negativo.
Como funciona a psicologia reversa?
A psicologia reversa é uma técnica de influência que envolve sugerir o oposto do que se deseja que a outra pessoa faça ou pense, na esperança de que ela reaja contra essa sugestão e, assim, acabe fazendo ou pensando exatamente o que se queria originalmente.
Esta técnica está baseada na tendência humana de resistir à pressão ou à autoridade, conhecida como “reatância psicológica”, popularizada pelo psicólogo Jack Brehm em 1966.
Basicamente, esse fenômeno ocorre quando uma pessoa percebe que sua liberdade de escolha está sendo restringida ou retirada. Esse sentimento de limitação provoca uma reação emocional negativa e uma forte motivação para recuperar essa liberdade perdida.
A pessoa, ao perceber a restrição, pode adotar um comportamento de oposição, fazendo exatamente o contrário do que lhe foi imposto, como uma forma de reafirmar sua autonomia.
Por exemplo, adolescentes conflituosos frequentemente exibem reatância psicológica quando seus pais impõem regras muito rígidas.
Se um pai proíbe estritamente um adolescente de fazer algo, o jovem pode sentir uma necessidade intensa de desobedecer, apenas para reafirmar sua independência.
No marketing, por outro lado, anúncios que criam um senso de urgência, como “Compre agora antes que acabe!”, desencadeiam uma reatância psicológica, levando consumidores a agir rapidamente para evitar perder a oportunidade.
Em contextos sociais, quando uma nova lei ou regra é introduzida, como uma proibição de fumar em certos lugares, algumas pessoas podem sentir um desejo maior de fumar exatamente nesses locais, em resposta à restrição.
A psicologia reversa é algo bom ou ruim?
A psicologia reversa pode ser uma ferramenta eficaz em certas situações, principalmente quando lidamos com indivíduos que são naturalmente teimosos ou que valorizam muito sua autonomia.
Esse método funciona bem porque, ao sugerir o oposto do que se deseja, a pessoa pode sentir uma necessidade de reafirmar sua independência, fazendo exatamente o que se queria inicialmente.
Por exemplo, se um pai quer que seu filho arrume o quarto, ele pode dizer: “Você provavelmente não vai conseguir arrumar o quarto hoje”. O filho, querendo provar o contrário, pode se sentir motivado a arrumar o quarto para mostrar que é capaz.
No entanto, a psicologia reversa tem suas limitações. Ela não é uma solução infalível e nem sempre funciona, pois se a pessoa perceber que está sendo manipulada, isso pode ter efeitos negativos.
A sensação de estar sendo controlado pode levar a uma quebra de confiança e a uma maior resistência em futuras interações. Além disso, a manipulação percebida pode causar ressentimento e deteriorar o relacionamento, gerando dificuldades de dizer não.
Portanto, enquanto a psicologia reversa pode ser útil em algumas situações, é importante usá-la com cautela e consideração.
Deve-se avaliar cuidadosamente o contexto e a personalidade da pessoa envolvida para evitar consequências indesejadas e garantir que a comunicação permaneça honesta e respeitosa.
Como usar a psicologia reversa de forma saudável?
Usar a psicologia reversa de forma saudável significa aplicá-la de maneira ética, respeitosa e sensível. Veja algumas maneiras de atingir esse objetivo:
1. Conheça a pessoa
Entenda a personalidade e as motivações da pessoa com quem você está interagindo. A psicologia reversa tende a ser mais eficaz com indivíduos que valorizam sua autonomia ou têm uma tendência natural à teimosia.
2. Seja sutil
Use a técnica de forma sutil, pois a psicologia reversa deve parecer natural e não forçada. Se a outra pessoa perceber a manipulação, isso pode gerar resistência e desconfiança.
3. Contexto apropriado
Aplique a psicologia reversa em situações onde pequenas mudanças de comportamento são desejadas, e não em questões críticas ou sensíveis que poderiam causar conflitos ou danos emocionais.
4. Mantenha o respeito
Sempre trate a outra pessoa com respeito. A técnica deve ser utilizada para incentivar comportamentos positivos, não para controlar ou coagir, pois isso demonstra pouca maturidade emocional no relacionamento.
5. Comunicação aberta
Promova uma comunicação aberta e honesta na maior parte do tempo. Use a psicologia reversa como uma ferramenta suplementar, não como a principal forma de interação.
Com o tempo, a outra pessoa irá perceber que está sendo manipulada e poderá sentir que a relação de vocês não tem sido bem construída, gerando falta de confiança e até mesmo prejudicando o relacionamento.
6. Crie um cenário de desafio
Essa é uma situação especialmente interessante para crianças. Apresente a tarefa como um desafio que você acha que os pequenos podem não conseguir fazer, estimulando-os a provar o contrário.
Por exemplo, em vez de dizer “Você precisa escovar os dentes agora”, você pode dizer: “Acho que você não consegue escovar os dentes em menos de dois minutos”. A criança pode sentir o desejo de provar que consegue realizar a tarefa rapidamente.
Ainda quando se trata de crianças, é interessante introduzir o conceito de uma competição saudável. Usando o mesmo caso anterior, você pode dizer “Vamos ver quem consegue escovar os dentes mais rápido!
Acho que você não consegue me vencer.” Isso pode transformar a tarefa em um jogo e tornar o processo mais interessante.
Pense nessa técnica como algo para incentivar práticas que deveriam ser realizadas pelas crianças, e não para forçá-las a algo que elas não querem. Não se esqueça de criar um ambiente familiar acolhedor.
A psicologia reversa pode ser algo ruim?
Embora possa ser eficaz em certas situações, há várias maneiras pelas quais o uso inadequado ou excessivo dessa técnica pode levar a consequências negativas.
Se a pessoa perceber que está sendo manipulada, isso pode levar a uma quebra de confiança e aumentar a resistência a futuras interações, gerando alguns gatilhos mentais. A sensação de estar sendo controlado pode causar ressentimento e deteriorar relacionamentos.
Em alguns casos, a psicologia reversa pode ter o efeito oposto ao desejado. Em vez de motivar a pessoa a realizar a tarefa, ela pode aumentar a resistência ou levar a comportamentos desafiadores, especialmente em indivíduos com forte aversão a qualquer forma de controle.
Lembrando que usar psicologia reversa em questões sensíveis ou críticas pode causar danos emocionais. Se aplicado em situações que envolvem emoções profundas, crenças pessoais ou questões delicadas, a técnica pode gerar ansiedade, frustração ou sentimentos de inadequação.
Por exemplo, se um pai constantemente usa psicologia reversa para manipular o comportamento do filho, a criança pode sentir que suas escolhas e opiniões não são valorizadas, o que pode levar a problemas de autoestima e confiança.
Para evitar a psicologia reversa com crianças, por exemplo, vale a pena pensar que eles costumam apresentar comportamento imitativo. Então, ao invés de sugerir o contrário, tente ser o exemplo dentro de casa.
Aproveite para conhecer os sinais de um relacionamento saudável.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é graduada há 15 anos, é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...