Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
O tédio é um estado de humor formado por um conjunto de sentimentos pouco agradáveis, como desgosto e aborrecimento. Ele aparece quando não encontramos nada interessante para preencher o nosso tempo. A ausência prolongada de estímulos intelectuais e de prazer é capaz de aborrecer qualquer um.
Mas sabia que o tédio não é de todo mal? As pessoas podem reverter a situação quando se encontram entediadas. Para isso, precisam compreender como o cérebro se comporta em momentos de ócio e os efeitos desse sentimento na saúde mental.
Como surge o tédio
O tédio é o sentimento que aparece com a repetição de tarefas pouco complexas e previsíveis. Profissionais ficam entediados no ambiente de trabalho quando suas tarefas diárias são repetitivas e não estimulam o seu potencial. Enquanto engajam nas atividades diárias, sentem a necessidade de executar tarefas mais satisfatórias.
O pesquisador e professor John Eastwood da Universidade de York, no Canadá, define o tédio como o desejo de ter uma experiência satisfatória em uma circunstância inevitável, como, por exemplo, no trabalho. Atividades rotineiras, como lavar a louça e passar pano no chão, também despertam esse anseio.
Segundo Eastwood, o tédio piora à medida que as pessoas se tornam obcecadas por ele. O simples ato de pensar em quanto estamos entediados é capaz de aumentar a intensidade desse sentimento, tornando a nossa experiência mais desagradável.
Pesquisas acerca dessa sensação também apontam que pessoas criativas tendem a sentir mais tédio.
A recorrência de momentos maçantes se dá pela maior necessidade de estímulos interessantes. Ironicamente, o tédio faz com que esses indivíduos usem a sua criatividade para criar, inovar e produzir.
Quando o tédio é bom
O tédio tem ligação direta com a criatividade. Quem fica ocioso com facilidade está sempre buscando novas formas de fazer tarefas rotineiras e torná-las mais interessantes. Assim, sem querer, acabam revolucionando métodos antiquados e inspirando pessoas a repensarem a forma como agem.
Além disso, nesse período de ócio, o cérebro não tem contato com distrações, possibilitando maior fluxo de pensamentos. Logo, as ideias criativas têm mais probabilidade de aparecer nesses momentos de inação.
É por isso que muitas pessoas possuem ideias bacanas quando estão no banho, caminhando ou limpando a casa.
Artistas, cientistas e empreendedores geralmente são indivíduos que se entediam facilmente. Para combater esse sentimento, eles modificam o seu modo de fazer as coisas e surgem com novas criações, utilizando todo o potencial de sua criatividade.
Outro ponto positivo do tédio é a inclinação para o altruísmo. De acordo com uma publicação do Psychology Today, alguns pesquisadores acreditam que pessoas entediadas buscam significado para suas vidas com mais frequência. Deste modo, engajam em atividades altruístas e de cunho social.
Quando o tédio é ruim
Às vezes, o cérebro precisa de um período ocioso para deixar a criatividade fluir. A necessidade urgente de se livrar do tédio pode atrapalhar o momento de descanso do cérebro, sobrecarregando-o e afastando ideias criativas.
O excesso de aborrecimento, no entanto, é prejudicial para a saúde mental. O tédio reduz a capacidade de concentração, aumentando a probabilidade de erros. Para algumas profissões, como pilotos ou motoristas, um erro oriundo do tédio pode ser fatal.
Uma vida maçante também leva as pessoas a buscarem sensações boas em meios pouco convencionais, que ameaçam a saúde do corpo.
A necessidade de se livrar do tédio também resulta em aumento de sono. O relógio biológico é desconfigurado em virtude dos constantes cochilos diurnos e noites mal dormidas. Não raro as pessoas desenvolvem condições psicológicas por causa de sua rotina do sono.
Momentos de ócio são comuns à vida de todos. É impossível permanecer entretido o tempo todo. Tarefas pouco estimulantes também são corriqueiras e, por vezes, necessárias, como é o caso de atividades profissionais.
Porém, se esses períodos passarem a dominar o seu cotidiano, significa que você precisa buscar atendimento psicológico. A apatia pode ter afetado a sua perspectiva de vida, roubando o interesse por atividades e relacionamentos interpessoais.
Na verdade, os momentos ociosos não aumentam, somente se tornam mais intensos devido ao seu estado emocional.
Como usar o tédio ao seu favor?
Aprender a aproveitar o lado bom do tédio para não ser refém do lado ruim é uma necessidade de todas as pessoas. Esse aprendizado, contudo, é absorvido com o tempo. À medida que você descobre o que funciona para deixá-lo entretido e estimulado, você consegue conviver melhor com situações maçantes.
Primeiramente, você precisa modificar a sua imagem negativa do tédio e encontrar modos produtivos de lidar com ele. A maioria das pessoas hoje tem aversão à inatividade. Se não têm nada para focar a sua atenção, ligam a TV ou vão assistir um filme.
Essa forma de entretenimento passiva não é prejudicial quando controlada. Todavia, o consumo exagerado desses estímulos é exaustivo para o cérebro. Atividades que requerem a concentração e o raciocínio são mais benéficas.
Confira algumas orientações simples de como começar a usar o tédio ao seu favor.
1. Estimule a criatividade
Quando ficar entediado, aproveite para buscar referências criativas para uma pendência profissional ou um projeto pessoal. Pergunte-se como você pode melhorar determinada habilidade ou produção criativa, como trabalhos manuais, redações ou pinturas. Peça à opinião de pessoas próximas ou pesquise o que está no gosto popular. Em outras palavras, diversifique as suas fontes de inspiração.
Esta é uma forma bastante produtiva de aproveitar os seus momentos de inatividade. Você facilmente conseguirá gerenciá-los com a prática desse hábito.
Além disso, a criatividade é uma habilidade socioemocional bastante admirada no mercado de trabalho. Oportunidades podem chegar até você com o seu domínio.
2. Busque a inovação
Ser inovador é uma característica cada vez mais procurada no mercado profissional da atualidade. Quem consegue surgir com ideias inéditas frequentemente conquista consumidores e empregadores. Então, é vantajoso compreender como você pode estimular pensamentos inovadores em sua vida.
De acordo com o dicionário, a palavra “inovar” significa introduzir uma novidade, restaurar ou fazer algo como não era feito antes. O momento perfeito para fazermos isso é quando nos encontramos sem compromisso, buscando pretextos para preencher o nosso tempo.
Transfira o foco dos pensamentos que intensificam o tédio (“que saco, não tem nada para fazer!”) para os que estimulam a criatividade e curiosidade. Por exemplo, o que você pode testar naquele projeto profissional que ainda não testou? Como modificar o modo de realizar determinada tarefa?
3. Aceite o tédio
Um erro comum das pessoas quando se trata de tédio é querer fugir desesperadamente dele. Como pontuado antes, o cérebro precisa de períodos de “inatividade” para descansar dos constantes estímulos que recebemos ao longo do dia.
Em vez de lutar contra este sentimento, aceite-o e se permita ficar quieto por alguns instantes. Reflita sobre a sua vida, objetivos e desejos. Não é necessário se manter ocupado o tempo inteiro! Após a mente e o corpo descansarem, comece a pensar em maneiras de administrar o ócio.
4. Faça mudanças
Além de estimulador da criatividade, o tédio é catalisador de mudanças. Se o seu cotidiano frequentemente é razão para aborrecimento, reflita sobre a possível origem desse sentimento.
O tédio, neste contexto, atua como um aviso para a necessidade de modificar um ou mais aspectos da sua vida. Se não estamos satisfeitos com a nossa vida a ponto de achá-la tediosa, está na hora de mudar!
O que você pode modificar em sua vida para torná-la mais proveitosa? Pode não ser necessário fazer uma transformação drástica, mas, sim, resolver um problema pequeno, como uma questão insatisfatória no trabalho ou no relacionamento.
5. Conecte-se com as suas emoções
O distanciamento das emoções também pode causar tédio. Pessoas que sofreram traumas, por exemplo, tendem a achar a vida tediosa com frequência.
Como se afastaram de suas emoções para evitar o sofrimento, possuem dificuldade para identificar exatamente o que precisam para se sentirem bem. Logo, não conseguem encontrar satisfação em suas vidas com facilidade.
Já pessoas com sonhos frustrados tendem a desgostar de outros indivíduos ou do mundo. Todos os dias travam batalhas solitárias. Assim, descobrem que não têm energia para mais nada. Esta é uma forma de esgotamento psicológico comum.
Quem gosta de praticar esportes radicais também costuma ser vítima do tédio. Esses indivíduos estão sempre à procura de estímulos emocionantes. Consequentemente, recorrem às atividades extremas, como bungee jumping, para afastar o ócio.
Todos esses cenários têm o mesmo elemento em comum: a desconexão com as emoções. Quando estamos distantes delas, não conseguimos compreendê-las, por isso, buscamos formas inapropriadas de tentar sentir.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é graduada há 15 anos, é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...