Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
A mania ainda é pouco compreendida pelas pessoas. Essa palavra é frequentemente usada para rotular certos hábitos e condutas. Por exemplo, você já deve ter ouvido a expressão ‘mania de limpeza’ ou ‘mania de organização’ para se referir ao comportamento de indivíduos que adoram ordenação.
Por outro lado, quando não pensam nisso, as pessoas associam a mania a algo perigoso. Para esse grupo de indivíduos, uma pessoa maníaca é capaz de cometer atrocidades.
Então, mania é o nome dado para um estado de humor bastante específico que pode trazer uma série de prejuízos para o cotidiano das pessoas. É importante saber diferenciá-la de outros conceitos populares para saber quando procurar a ajuda de um profissional.
O que é mania?
Mania é uma condição caracterizada por uma mudança radical do humor e dos níveis de energia. A pessoa em estado maníaco sofre de alterações de humor, pensamentos acelerados, explosão de energia e comportamentos inconsequentes e exagerados.
Por exemplo, ela não consegue identificar o perigo de certas situações, como correr no meio da rua ou confiar em pessoas que recém conheceu, e toma decisões precipitadas, como gastar uma grande quantia de dinheiro em objetos desnecessários.
Por isso, algumas pessoas podem, ainda, ter sintomas psicóticos durante episódios maníacos, como delírios e alucinações auditivas e/ou visuais.
A mania pode persistir por várias semanas ou somente sete dias. Além disso, os sintomas podem sofrer interferência de sintomas depressivos, como tristeza repentina e sem aparente razão, fadiga e falta de esperança.
A mania é um sintoma do transtorno de bipolaridade, mas ela possui outras causas, como o transtorno esquizoafetivo, depressão pós-parto e transtorno afetivo sazonal. Por conta disso, é preciso consultar um psicólogo o quanto antes para chegar a um diagnóstico certeiro do que está sendo sentido.
O que é hipomania?
A hipomania é semelhante à mania, mas possui menor intensidade. O estado hipomaníaco é caracterizado por uma euforia anormal, capaz de afetar os pensamentos, condutas e humor.
A pessoa hipomaníaca fica inquieta, impaciente e enérgica. Assim como acontece na mania, ela toma decisões impulsivas e pode sofrer as consequências de ações mal pensadas. Entretanto, os sintomas da hipomania não são tão intensos e costumam causar menos prejuízo que os da mania.
A hipomania está presente no transtorno bipolar do tipo II, caracterizado pela alternância entre sintomas depressivos e hipomaníacos ao longo de semanas ou meses. É classificada como uma forma “menos grave” da bipolaridade.
Como age uma pessoa maníaca?
A seguir, veja os principais sintomas da mania.
Excesso de energia
Os altos níveis de energia e autoestima elevada provocada pelo humor eufórico reduzem a necessidade de dormir da pessoa maníaca. Deste modo, ela pode passar dias acordada sem se sentir mal por pular o período de descanso noturno. Somente após essa fase de energia excessiva passar que ela começa a sentir os efeitos da privação do sono.
Então, a pessoa maníaca também pula de uma atividade para a outra para extravasar energia. Pode tanto abraçar diversos projetos de uma única vez e não concluir nenhum quanto ter uma injeção de produtividade e concluir várias atividades ou um grande projeto em tempo recorde.
Elevação do desejo sexual
Aumento da libido sexual é igualmente comum durante o episódio maníaco, resultando na busca por vários parceiros sexuais. O problema é que, como a pessoa neste estado perde a noção do perigo, ela pode ter relações sexuais sem proteção e, novamente, sofrer graves consequências.
Falta de concentração
Distração, esquecimento e fala acelerada são outros sintomas comuns da mania. Por isso, a pessoa maníaca tem dificuldade para manter o foco em um único objeto, se esquece de objetos importantes, como chaves e carteiras, e muda de assunto rapidamente, interrompendo a si mesma e a pessoa com quem está falando.
Delírios de grandiosidade
A autoestima alta provoca, ainda, sensação de grandiosidade. A pessoa maníaca de repente acredita ser superior aos outros, ser um indivíduo indestrutível ou até mesmo ter um cargo de extrema importância, como ser o presidente de um país ou líder religioso. Essas crenças a levam a tomar atitudes perigosas e incompreensíveis para outras pessoas.
Irritabilidade
A irritabilidade ou hostilidade sem motivo aparente também está bem presente na mania. A pessoa maníaca pode ficar com raiva de alguém ou de uma situação repentinamente, gritando e xingando quem estiver ao redor. Por isso, quem convive com ela pode ficar apreensivo ou temoroso quando a pessoa entra em um episódio maníaco.
Pensamentos suicidas
Em alguns casos, episódios maníacos podem desencadear sentimentos de desesperança, sensação de vazio existencial ou pensamentos sobre a morte. Esses sintomas são típicos da fase depressiva da bipolaridade, mas também podem ocorrer durante o episódio maníaco.
Quando acontece o episódio maníaco?
Um episódio maníaco pode ser desencadeado pelos seguintes fatores:
- Um ambiente estimulador, como barulho alto, luzes ofuscantes ou multidões;
- Um acontecimento que muda o curso da vida, como divórcio, morte de ente querido, casamento ou demissão;
- Insônia;
- Tumores cerebrais;
- Acontecimentos traumáticos;
- Certas patologias, como demência e lúpus;
- Uso de substâncias;
- Uso de certos medicamentos; e
- Estresse.
Em alguns casos, as pessoas conseguem perceber os primeiros sinais de mania ou notar quando estão maníacas. Assim, conseguem prestar mais atenção nas suas emoções e tentar desacelerar o seu ritmo frenético. Todavia, é difícil interromper completamente um episódio maníaco ou hipomaníaco.
Após esse período, a pessoa maníaca normalmente fica com vergonha do seu comportamento inapropriado, se sente sobrecarregada por todos os compromissos que aceitou de uma única vez, fica fatigada e com sono e se, possui bipolaridade, entra em um estado depressivo.
Como a mania é diagnosticada?
A mania é diagnosticada pelo médico psiquiatra ou pelo psicólogo. Por isso, durante o processo de investigação, os profissionais perguntam sobre o cotidiano, histórico familiar, se já existe um diagnóstico de condição mental ou física, se o indivíduo usa algum tipo de medicação, entre outros.
Para ser considerado mania, de acordo com o DSM V, é preciso haver um nível elevado de energia e euforia por um período prolongado, mudanças perceptíveis no comportamento e perturbações de humor acentuadas, que afetam o desempenho profissional e social.
Então, em alguns casos, o transtorno de bipolaridade pode ser confundido com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou o transtorno de personalidade borderline. Se o tratamento para alguma dessas condições for iniciado e não surtir efeito, é possível voltar a conversar com os profissionais para fazer uma reavaliação da saúde mental.
Como tratar a mania?
Após receber o diagnóstico, já é possível iniciar o tratamento para a mania conforme a necessidade e quadro do paciente. Entre as principais formas de tratamento da mania estão:
Medicamentos
Os medicamentos psiquiátricos podem ser necessários para conter a intensidade dos sintomas, possibilitando que a pessoa consiga funcionar adequadamente no dia a dia. Por isso, o médico psiquiatra é o profissional que faz a prescrição desses fármacos após a avaliação do quadro do paciente. Em caso de efeitos colaterais debilitantes, retorne ao médico para fazer as alterações necessárias no tratamento.
Terapia
Além de ajudar as pessoas a compreender as suas condições de saúde mental e comportamentos disfuncionais, a psicoterapia as ensina a gerenciar os fatores problemáticos de suas vidas.
Logo, a pessoa maníaca aprende a administrar os seus sentimentos, pensamentos e comportamentos para ter um estilo de vida saudável e um estado emocional de maior tranquilidade.
Do mesmo modo, o psicólogo ajuda a pessoa maníaca a identificar possíveis gatilhos para esse estado de humor alterado para responder melhor a eles, reduzindo o seu sofrimento psíquico.
Além disso, os familiares e/ou cônjuge do paciente podem buscar o acompanhamento psicoterapêutico se quiserem. Tentar ajudar uma pessoa que sofre de episódios maníacos é emocionalmente desgastante. Assim, a terapia pode ser necessária para recobrar o bem-estar de familiares e cônjuges para que eles consigam ajudar o indivíduo adequadamente.
Hábitos saudáveis
Paralelo ao uso de medicamentos psiquiátricos e a terapia, pessoas que sofrem de mania podem adotar certos hábitos saudáveis para fazer a manutenção do seu bem-estar emocional. Alguns deles são:
- Ter uma dieta balanceada;
- Dormir bem, mantendo um ciclo do sono regular;
- Manter um diário para desabafar e expressar os seus sentimentos e preocupações;
- Fazer check-ups regulares no médico;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Cerca-se de pessoas queridas e que lhe querem bem;
- Praticar meditação para promover e prolongar um estado mental de tranquilidade;
Você pode tentar vários métodos para controlar as suas emoções, estimular bons pensamentos e combater o estresse até encontrar os que fazem mais sentido para você. É essencial para quem tem bipolaridade desenvolver certos hábitos para gerenciar os sintomas.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...
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