Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019
Ninguém é perfeito e, definitivamente, nenhum pai ou mãe é perfeito.
Até mesmo os pais que aparentam ter tudo sob controle cometem erros e se preocupam com a maneira como estão educando os seus filhos.
Todos nós somos humanos, então cometer erros, tomar decisões precipitadas e ter atitudes equivocadas são esperadas.
Entretanto, quando os pais cometem ou acreditam ter cometido erros na criação dos filhos, essa verdade universal desaparece de suas mentes.
Em vez disso, eles se sentem culpados e se preocupam com as possíveis consequências de suas ações no comportamento dos filhos.
Embora ensinem os seus filhos que não há nada de errado em cometer erros e que, se esse for o caso, devem tentar novamente, os pais não costumam aplicar a mesma filosofia de vida a si mesmos.
Segundo psicólogos, aprender a se perdoar por erros cometidos e compreender que a trajetória de criação de um filho é imperfeita, assim como tudo na vida, ajuda a aliviar o estresse, a culpa e a ansiedade sentida pelos pais.
Eu cometi erros na criação dos meus filhos?
É provável que você tenha tomado decisões equivocadas quando precisou passar uma lição aos filhos, lidar com um problema deles ou ter se deparado com uma situação inesperada que os envolvia.
Enquanto para você elas possam ter sido adequadas considerando o momento, os seus filhos podem não ter a mesma opinião.
Os pais tendem a ter essa noção apenas quando os filhos chegam à vida adulta. Através das decisões, inseguranças e condutas dos filhos, percebem que as suas atitudes lá atrás podem ter contribuído para a situação atual deles.
Quando os filhos apresentam dificuldades para conduzir a vida adulta, em especial, percebem que falharam em fazer absolutamente tudo para o bem deles.
Compreenda que todo pai se arrepende da maneira como agiu ou de algo que disse ou, ainda, do que não fez e não disse aos filhos.
Em certas ocasiões, eles realmente causaram impactos negativos enquanto, em outras, não despertaram nenhum sentimento ruim, mas ainda se sentem culpados.
O arrependimento pode chegar tardiamente, quando as pessoas adentram a terceira idade e passam a refletir sobre a vida que levaram, ou nunca ser expresso aos filhos por medo ou vergonha.
Erros comuns cometidos pelos pais
Existem certos ‘erros’ considerados mais comuns entre os pais – atitudes que a maioria se arrepende de ter tido, tais como:
- Não ouvir ativamente o filho;
- Estar muito focado em outras coisas, como trabalho;
- Não demonstrar afeto suficiente;
- Ser muito crítico;
- Ser muito leniente;
- Não ter tentado entender o filho corretamente;
- Não ter brincado o bastante durante a infância; e
- Gritar, bater, culpar ou punir o filho.
Se algum desses ‘erros’ soa familiar, não se preocupe. Você não é o único a ter essa sensação ou ter tido algumas das atitudes mencionadas acima.
Reflita sobre as coisas que os seus pais fizeram e disseram a você quando você era jovem e até hoje causam desgosto.
Para eles, as mesmas lembranças podem não despertar os mesmos sentimentos negativos, pois estavam fazendo o que acreditavam ser correto com base em seu conhecimento na época.
Ou seja, é praticamente impossível que a criação dos filhos seja livre de percalços, dúvidas, erros, preocupação e arrependimentos.
Não quer dizer que os momentos bons, as pequenas alegrias, o apoio e o carinho são ofuscados pelos fatores negativos.
Fatores que os pais não costumam considerar
O sentimento de culpa nasce justamente quando você acredita que fez algo que impactou negativamente o seu filho.
Antes de falarmos disso, pais precisam compreender que influências externas e/ou conflitos internos não-resolvidos afetam o seu comportamento e, consequentemente, a maneira como criam os seus filhos.
Muitos fatores estão interligados quando o assunto é criação dos filhos e os pais costumam se esquecer disso, atribuindo toda a carga dos erros a si mesmos. Na realidade, a situação é mais complexa do que isso.
1. Diferenças de geração
Cada geração tem características próprias, como valores, objetivos e preferências pessoais.
É comum que pessoas de idades diferentes entrem em atrito ocasionalmente por terem crescido em ambientes distintos e recebido outras mensagens do meio.
A diferença de gerações pode tanto influenciar no estabelecimento do laço entre pais e filhos quanto causar desentendimentos entre pais e avós, que possuem ideias diferentes de como cuidar de uma criança.
2. Condição de vida
Alguns pais precisam trabalhar muito para prover para a família. Assim, eles passam grande parte do seu tempo fora de casa e, quando retornam, precisam descansar por longos períodos.
É comum, como visto anteriormente, os pais se sentirem culpados por terem prestado mais atenção à vida profissional do que aos filhos.
Se você faz parte desse grupo, faça uma reflexão realista sobre a sua condição de vida.
Você não precisa se sentir culpado por ter trabalhado demais durante a infância ou adolescência dos seus filhos. Sem o seu esforço, a sua família não estaria bem hoje. Procure aproveitar a companhia deles agora!
3. Influências externas
Palpites de familiares e amigos, amizades e relacionamentos mal-intencionados dos filhos, mensagens transmitidas pelo meio (escola, entretenimento, instituições religiosas, instituições governamentais), redes sociais…
Todos nós estamos sujeitos a influência proveniente desses agentes externos.
Eles podem tentar fazer a sua cabeça ou a dos seus filhos, principalmente quando estão na fase impressionável da adolescência, e obter êxito em moldar ou mudar as suas opiniões. Sendo assim, nem tudo está sob o controle dos pais.
Em vez de se desesperarem diante do desconhecido, os pais devem avaliar quais são as influências externas que podem afetar o comportamento dos filhos para descobrir a melhor a maneira de responder a elas.
4. Traumas
Todo pai possui as suas próprias questões emocionais, conflitos internos e traumas. Muitos desses incômodos emocionais têm origem na infância e adolescência e, sem autoconhecimento, identificá-los é um desafio.
Se você teve pais rígidos, sabe o que é sofrer com punições e proibições excessivas e, por isso, pode tentar uma rota diferente com seu filho. Entretanto, como você não sabe o que é ser um pai flexível, você pode acabar cometendo erros.
É preciso considerar o impacto que seus traumas têm na sua personalidade, opiniões e comportamentos. As pessoas não se transformam em figuras sábias e bem-resolvidas simplesmente porque têm filhos.
5. Falta de conhecimento
Houve um boom de conteúdo e técnicas de educação de filhos nos últimos anos.
As pessoas passaram a dar importância para fatores que antes não eram considerados tão essenciais para a criação dos filhos, como as experiências da primeira infância, a inteligência emocional e o tempo compartilhado com os pais.
É claro que essa expansão do conhecimento também tem consequências negativas, como o medo de não conseguir seguir as orientações e prejudicar os filhos.
Todavia, é fato que esses novos conteúdos ajudam os pais de primeira viagem, o que não existia no passado.
Muitos pais precisaram aprender sozinhos através da tentativa e erro e dos conselhos recebidos de gerações mais velhas. Faz sentido, então, que tenham tido mais chances de errar.
Como lidar com a culpa?
O arrependimento e a culpa podem ter a sua importância. Quando os pais conseguem digeri-los e utilizá-los para fortalecer o laço com os filhos e buscar o crescimento pessoal, são considerados positivos.
Já se esses sentimentos contribuem para a estagnação e pensamentos de autopiedade são negativos.
Perdoar a si mesmo por momentos não-tão-perfeitos que você teve como pai ou mãe pode ser difícil quando você considera as possíveis consequências de suas ações no bem-estar dos seus filhos. Mas, não precisa ser assim!
O primeiro passo para lidar com a culpa de ter errado na criação dos filhos é pedir desculpas aos seus filhos e a si mesmo.
Afinal, o seu ‘eu’ do passado não possuía o mesmo conhecimento que você possui hoje.
Não é injusto julgá-lo com base nos padrões atuais? Em vez disso, você pode praticar o autoperdão e, em seguida, fazer remediações.
Converse abertamente com seus filhos acerca dos seus sentimentos.
Expresse o seu arrependimento, peça desculpas e assegure-os que os mesmos erros não serão cometidos. Também pergunte a eles quais atitudes suas causaram mágoas.
Dessa maneira, você conseguirá compreender o que o levou a agir daquela maneira, favorecendo o autoperdão.
Essa conversa pode não ser a mais fácil ou agradável, mas é necessária para combater a culpa.
Quando escondemos esse sentimento, ele se fortalece. O alimentamos com pensamentos negativos e autopunições sem ter consciência disso. Sendo assim, a melhor maneira de lidar com a culpa é encarando-a.
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma é formada há mais de 10 anos e é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, disfunção sexual...
Muitíssimo bom
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