Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
Apesar dos desafios e de todas as emoções envolvidas em um divórcio, conversar com filhos sobre separação é preciso. Afinal, eles precisam estar cientes de toda essa mudança que os espera.
Porém, infelizmente, muitos pais evitam ao máximo essa conversa por medo de uma reação negativa das crianças e dos adolescentes. Acontece que a demora no comunicado ou a ocultação de informações pode ser ainda mais prejudicial a eles.
Mas quando e como iniciar essa conversa? O que dizer (ou o que não dizer) para tornar o processo mais tranquilo? Como passar segurança para eles?
Neste artigo, trouxemos as respostas para essas e outras perguntas que podem te ajudar a preservar a emoção dos seus filhos durante a separação. Confira!
9 Dicas para conversar com os filhos durante a separação
1. Apenas tenha essa conversa quando a separação for definitiva
O momento certo de conversar com filhos sobre separação é apenas quando os pais tiverem a certeza da decisão. Isso porque, caso ela ainda não seja definitiva, o diálogo poderá gerar um desgaste emocional desnecessário para todos.
No entanto, assim que tiverem resolvido essa questão, não demorem muito para estabelecer a conversa. Afinal, os filhos podem perceber os ânimos exaltados dentro de casa, o que pode desencadear ansiedade, angústia e irritabilidade.
2. Todos devem estar presentes
A conversa deve ser realizada na presença de ambos os pais e de todos os filhos, se vocês tiverem mais de um. Sim, é necessário que todos estejam presentes para que haja uma maior assertividade e clareza na comunicação.
3. Seja franco e honesto
Durante a conversa, é importante ser franco e honesto com os filhos. Explique os motivos da separação e as mudanças que ocorrerão na vida deles com essa decisão.
É importante não esconder nada, principalmente se os seus filhos forem crianças mais velhas ou adolescentes. Afinal, é melhor para eles saberem de tudo pelos pais do que por terceiros, o que pode levar à revolta.
4. Utilize uma linguagem adequada
É importante que a linguagem seja adequada e apropriada para a idade dos seus filhos. Isso significa que uma conversa com um adolescente, por exemplo, será diferente de uma abordagem com uma criança pequena.
Convém mencionar que pode acontecer de você não saber qual é o melhor tom e linguagem para usar nesse diálogo. E está tudo certo.
Porém, nesse caso, vale a pena pedir a orientação de um psicólogo, uma vez que esse profissional oferecerá boas dicas e estratégias para esse momento.
5. Explique como será a vida da criança após a separação
Quando conversar com filhos sobre separação, é muito importante explicar como será a vida da criança após a separação conjugal. Isso é importante para não gerar ansiedade nela.
Portanto, dentre outras questões, informe detalhadamente:
- Com quem ela vai morar;
- Como serão as visitas;
- Como serão as comemorações nas datas festivas;
- Como será a nova rotina (ou explique que essa não vai se alterar), etc.
O esclarecimento de todos esses pontos contribuirá para que ela se sinta mais segura.
6. Pratique a escuta
Quando conversar com filhos sobre separação não pode haver um tom impositivo. É necessário praticar a empatia e a escuta, sempre! Nesse sentido, ouça os desejos dos seus filhos e deixe que eles expressem os seus sentimentos e emoções.
Além disso, permita que eles façam todas as perguntas que sentirem necessidade e esteja disposto a responder uma a uma, com calma e paciência.
Isso contribuirá para a segurança deles e para reduzir as chances de existirem mal-entendidos e traumas.
7. Deixe claro que não existem culpados
Por mais que possa existir o desgaste emocional entre o casal e, muitas vezes, conflitos e dores que ainda não foram resolvidas, é importante não levar isso para os filhos, como forma de evitar a alienação parental.
Nesse sentido, tenha muito cuidado para não culpar e nem responsabilizar o ex-parceiro pela separação, ainda que entrelinhas. O momento é para conversar com as crianças, e não discutir ou apontar erros na relação.
Além disso, é muito importante mostrar para a própria criança que ela não tem qualquer culpa pelo divórcio. Isso porque não é incomum alguns filhos carregarem essa culpa e isso se transformar em um trauma na vida adulta. Portanto, reforce bem esse ponto.
8. Mostre aos filhos o quanto eles são amados
Também é muito importante que os pais reforcem a todo momento o quanto os filhos são amados. Esse processo de acolhimento reduzirá as chances de eles desenvolverem um complexo de rejeição e outros traumas.
Portanto, reforce que, independente da separação, o amor por eles continua sendo o mesmo, absoluto e incondicional.
9. Reforce que vocês continuarão exercendo o papel de pais
Seguindo a mesma lógica da dica anterior, procure mostrar aos filhos que, por mais que não exista um casal, vocês não deixarão de ser os pais deles.
Isso implica em dizer, de forma clara, as tarefas que vocês continuarão desempenhando e a presença que continuarão tendo na vida deles (especialmente aquele que sairá de casa).
Saiba que é essencial que eles continuem tendo essa referência materna e paterna!
O que pode acontecer com os filhos após a separação?
Ainda que você siga todas as dicas anteriores e que a conversa aparentemente seja bem-sucedida, é muito importante estar preparado para lidar com algumas reações não tão positivas dos filhos após a separação.
Algumas atitudes que podem ocorrer com o passar do tempo são:
- Choros frequentes;
- Agressividade constante e por qualquer motivo;
- Estresse;
- Dificuldade para dormir;
- Alteração no apetite;
- Dificuldade de concentração e foco;
- Queda no rendimento escolar;
- Fantasias de abandono;
- Medo excessivo de nunca mais ver o pai ou a mãe;
- Ansiedade e irritabilidade, etc.
Por isso, após uma separação conjugal, é importante estar atento a qualquer sinal que a criança ou adolescente possa desenvolver a fim de evitar que a situação se agrave.
Aqui, é importante que os pais mantenham um diálogo assertivo entre si, para se manterem informados sobre o estado do filho, e que informem a escola sobre o divórcio, para que os educadores possam comunicar sobre eventuais mudanças no comportamento da criança ou adolescente.
Além disso, saiba que o acompanhamento psicológico também é bem-vindo, mesmo quando a criança ainda não apresentou nitidamente nenhum dos sintomas mencionados.
Isso porque ela ainda pode estar em um processo de interiorização e os sinais de um possível trauma podem surgir apenas no futuro.
Dessa forma, o ideal é contar com a psicoterapia logo quando a notícia da separação for dada, ou – se possível – antes mesmo disso ocorrer.
Assim, o psicólogo conseguirá preparar o seu filho, evitando que ele desenvolva questões emocionais sérias que podem atrapalhar o seu desenvolvimento.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...