Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Vitória - Psicólogo CRP 06/143864
A cleptomania é um distúrbio de saúde mental.
Apesar de ser uma condição que desperta muito preconceito na sociedade de uma forma geral, é preciso compreender que os cleptomaníacos sofrem severamente com essa compulsão, principalmente em razão da vergonha que sentem a cada ato cometido.
Neste artigo, preparamos um guia completo sobre a cleptomania para falar sobre suas causas, sintomas e formas de lidar com essa condição. Confira!
O que é cleptomania?
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a cleptomania é um tipo de transtorno de controle de impulso. Ela é caracterizada pelo impulso incontrolável de furtar objetos que não representam uma necessidade básica do indivíduo.
Nesse sentido, a pessoa cleptomaníaca tem consciência de que o ato é prejudicial a si e a quem é lesado, mas mesmo assim não consegue controlar o desejo e a impulsividade de furtar determinados itens.
Convém mencionar que, antes dos episódios de furto, o cleptomaníaco fica tenso ou ansioso para tomar determinado objeto para si. Assim que consegue pegar o item, então ele é tomado por uma sensação de prazer.
O que leva uma pessoa a ser cleptomaníaca?
Não existe uma causa específica que leve ao desenvolvimento da cleptomania. Entretanto, sabe-se que essa condição ocorre devido a uma combinação de fatores.
De acordo com alguns estudos, indivíduos que sofrem com essa compulsão possuem uma menor quantidade de serotonina (neurotransmissor que regula o humor e as emoções) no organismo, o que seria um dos fatores para a predisposição ao furto compulsivo.
Além dele, outros possíveis fatores estão:
- Vício em dopamina (neurotransmissor que causa sensações de prazer e é liberado na hora do furto);
- Predisposição genética;
- Compensação simbólica por alguma perda ou trauma da infância;
- Relação com outras condições mentais, como depressão, transtornos de ansiedade, transtornos de personalidade, entre outros.
Quais os principais sintomas e sinais da cleptomania?
A principal característica da cleptomania é o desejo de furtar por impulso, sem premeditação e sem ser movida por qualquer valor monetário. Ou seja, a motivação do cleptomaníaco está na sensação temporária de prazer.
Além disso, pode-se destacar como outras características dessa condição:
- Ansiedade e tensão antes de furtar;
- Sensação de prazer ou alívio após cometer o ato de furto;
- Sentimento de medo, vergonha e/ou culpa por ter furtado;
- Acúmulo de objetos sem motivo aparente.
Por outro lado, pode ser que o cleptomaníaco se desfaça dos objetos furtados, seja doando, jogando fora ou até mesmo devolvendo-os de forma discreta.
Convém mencionar que a cleptomania pode ser classificada como esporádica, episódica e crônica, a depender da gravidade e do tempo de manifestação dos sintomas.
A cleptomania tem cura?
Não, a cleptomania não tem cura, porém possui tratamento capaz de controlar o comportamento do indivíduo.
Nesse sentido, o tratamento mais utilizado e necessário para essa condição é a psicoterapia. Com a ajuda do psicólogo, o paciente poderá identificar seus impulsos e compreender o que o leva a cometer tais atos.
Além disso, durante as sessões, o profissional indicará caminhos mais saudáveis para que o paciente lide com a sua compulsão e poderá constatar se existem outras condições mentais associadas a essa que precisam ser tratadas.
Em alguns casos, pode ser necessário o acompanhamento com um psiquiatra, para que ele prescreva medicações para tratar outras condições paralelas ao transtorno, como ansiedade e depressão.
Como lidar com a cleptomania?
Além de seguir com o tratamento indicado, o cleptomaníaco também precisa buscar outras estratégias paralelas para lidar com a sua compulsividade. Do contrário, pode haver muitas recaídas.
Nesse sentido, para evitar frustrações no processo, é necessário seguir adotar algumas outras posturas, como:
Foque no objetivo
Se você conseguiu reconhecer que é cleptomaníaco e aceitou iniciar o tratamento, já é um grande e importante passo. Então, o próximo passo é focar no seu objetivo de melhora e de restabelecimento.
Aqui, é importante não ser impaciente (uma vez que o tratamento é longo), mas, ao mesmo tempo, focar bastante naquilo que é mais importante para você: parar de furtar compulsivamente.
Uma boa ideia é estabelecer pequenas metas, sejam elas diárias ou semanais, para não apenas tornar mais fácil o alcance do objetivo final como também permitir que você mensure os seus resultados e conquistas.
Conte com a ajuda de pessoas queridas
A vergonha pode prejudicar (e muito!) o tratamento. Isso porque o paciente pode se isolar, o que compromete o recebimento de cada ajuda importante no processo.
Nesse sentido, lembre-se de que os furtos cometidos por você são impulsivos, e não premeditados. Pense que essa é uma condição mental como qualquer outra, a qual você ainda não tem controle.
Compreendendo e aceitando isso, fica mais fácil não se envergonhar e, assim, seguir com o tratamento.
Aceite a ajuda de amigos e familiares
Justamente por causa do sentimento de vergonha, é comum que o cleptomaníaco se recuse a se abrir com pessoas queridas, como amigos e familiares.
No entanto, saiba que cada pessoa do seu ciclo que te quer bem é importante nesse processo de reabilitação, uma vez que, com o carinho delas, é possível se sentir mais encorajado e forte para o tratamento.
Ou seja, os amigos e familiares te ajudarão a não desistir do processo!
Canalize os impulsos
Toda vez que vier o desejo e o impulso para furtar algo, tente canalizá-los em coisas boas, como em pensamentos produtivos ou até mesmo em interações com outras pessoas, caso você esteja próximo de alguém. Ou seja, tente desviar o foco.
É claro que no início pode parecer desafiador, mas, com o tempo, você verá que essa conversão da impulsividade trará bons resultados para o seu progresso.
Além disso, vale a pena incluir uma atividade física e um hobby no seu dia a dia, pois essa é uma forma de fazer com que você se sinta bem e, assim, evitar o aparecimento de impulsos negativos.
Identifique os seus gatilhos
Muitas vezes o desejo de furtar pode ser desencadeado por algum gatilho, como situações, pessoas e pensamentos.
Portanto, procure praticar esse autoconhecimento para descobrir qual é o gatilho que faz com que você tenha esse tipo de ação.
Esse é um trabalho que pode ser realizado com a ajuda do seu psicólogo, mas também (e principalmente) quando surgir a vontade de furtar. Em vez de agir por impulso, procure entender o que te leva a isso.
Respeite o tratamento
Por fim, mas não menos importante, respeite o tratamento e as orientações propostas pelo psicólogo e, se for o caso, pelo médico psiquiatra.
Essa é a única forma de você realmente alcançar os efeitos desejados e modificar os seus padrões de comportamento e pensamento.
E, caso você tenha recaídas, fale com o seu psicólogo. Não se envergonhe! É a partir desse feedback que ele poderá propor novos caminhos para realmente te ajudar!
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Autor: psicologa Psicóloga Vitória - CRP 06/143864Formação: A psicóloga Vitória Appoloni é pós-graduada em Sexualidade Humana e Sexologia pelo IEPOS – Hospital Pérola Byington e atende pela abordagem ABA – Análise do Comportamento Aplicada.