Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
É cada vez mais frequente o diagnóstico de autismo em adultos, um transtorno do neurodesenvolvimento que, por muito tempo, foi considerado uma condição da infância.
No entanto, muitos indivíduos, especialmente aqueles com sinais mais sutis, passam pela vida sem que suas dificuldades sociais e sensoriais sejam reconhecidas como parte de um quadro de autismo.
Dessa forma, este artigo explora os sinais do autismo em adultos, como lidar com a descoberta de um diagnóstico tardio e as possibilidades de autoconhecimento que o tratamento oferece. Boa leitura!
O que é o autismo?
O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neurológica caracterizada por desafios na comunicação e interação social, comportamentos repetitivos e sensibilidades sensoriais.
Assim, pessoas com autismo podem ter dificuldade em interpretar expressões faciais, normas sociais e apresentam interesses intensos por certos temas. Suas manifestações variam amplamente, formando um espectro que vai de casos leves a mais complexos.
Embora suas causas envolvam fatores genéticos e ambientais, o autismo não tem cura. No entanto, diagnósticos precoces e intervenções apropriadas, como terapias e adaptações, ajudam as pessoas do espectro a alcançarem maior bem-estar e qualidade de vida.
Quais são os sinais do autismo em adultos?
Os sintomas do autismo variam amplamente entre os indivíduos. No entanto, abaixo, listamos alguns dos sinais mais comuns:
- Preferência por rotinas rígidas e desconforto com mudanças
- Interesse intenso por temas específicos, com tendência ao hiperfoco
- Sensibilidade a estímulos sensoriais, como sons, luzes ou texturas
- Dificuldade em compreender normas sociais e manter conversas
- Tendência a interpretar informações de forma literal
- Desconforto em situações sociais e possíveis sentimentos de isolamento
- Estilo de comunicação direto e objetivo, às vezes percebido como rude
- Ansiedade em ambientes sociais ou perto de desconhecidos
Em adultos, esses sintomas podem ser mais sutis ou mascarados por estratégias de adaptação desenvolvidas ao longo dos anos.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico do autismo em adultos é realizado por profissionais de saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras, por meio de uma avaliação abrangente que inclui entrevistas com o indivíduo e, quando possível, com familiares.
Além disso, ferramentas como o Autism Diagnostic Observation Schedule (ADOS) e o Autism Diagnostic Interview-Revised (ADI-R) ajudam a identificar sintomas específicos.
Vale ressaltar que o diagnóstico tardio ocorre frequentemente devido à sutileza dos sinais, que podem ser mascarados por estratégias de adaptação, aliados à falta de conhecimento sobre o autismo e estigmas sociais que contribuem para que muitos adultos não busquem ajuda até enfrentarem dificuldades significativas em suas vidas.
Como lidar com o diagnóstico tardio?
Receber um diagnóstico tardio de autismo pode ser um momento revelador e, ao mesmo tempo, desafiador para muitos adultos.
Essa descoberta pode trazer à tona sentimentos de alívio, por finalmente entender as dificuldades enfrentadas, mas também pode gerar incertezas sobre o futuro e a adaptação a essa nova realidade.
Portanto, separamos algumas dicas sobre como lidar com esse diagnóstico tardio de uma forma menos conturbada:
Busque apoio profissional
Buscar apoio profissional é fundamental para lidar com um diagnóstico tardio de autismo. Assim, psicólogos e psiquiatras especializados podem oferecer uma compreensão aprofundada da condição e desenvolver estratégias personalizadas para enfrentar os desafios, como dificuldades de comunicação e regulação emocional.
Além disso, o apoio psicológico ajuda a trabalhar questões relacionadas à autoestima e à ansiedade. Isso significa que ter um espaço seguro para expressar sentimentos pode fazer uma diferença significativa na adaptação ao diagnóstico, promovendo uma vida mais equilibrada e satisfatória.
Participe de grupos de apoio
Participar de grupos de apoio é uma experiência enriquecedora para adultos com diagnóstico tardio de autismo.
Isso porque, ao ter a possibilidade de compartilhar experiências, desafios e conquistas com pessoas que enfrentam situações semelhantes, há a promoção de um senso de pertencimento e compreensão.
Além de reduzir o isolamento, esses grupos fornecem recursos e estratégias práticas para lidar com essa condição no cotidiano.
Invista em autoconhecimento
Investir em autoconhecimento é crucial para adultos que receberam um diagnóstico tardio de autismo. Isso porque compreender as próprias características, habilidades e desafios permite que a pessoa desenvolva uma maior aceitação de si mesma e uma perspectiva mais positiva sobre sua identidade.
Esse processo envolve a reflexão sobre experiências passadas, identificando padrões de comportamento e reações emocionais.
Além disso, o autoconhecimento ajuda a estabelecer limites saudáveis nas relações interpessoais e a comunicar necessidades de forma mais eficaz.
Informe-se sobre o autismo
Compreender o Transtorno do Espectro Autista ajuda a desmistificar a condição e a reconhecer que as experiências vividas são parte de um quadro mais amplo.
A educação sobre o autismo permite que os indivíduos identifiquem seus próprios traços e desafios, além de entender como essas características afetam suas interações sociais e emocionais. Recursos como livros, artigos, documentários e workshops podem oferecer informações valiosas e atualizadas.
Desse modo, ao se informar sobre o autismo, os indivíduos não apenas promovem sua própria aceitação, mas também contribuem para a conscientização e a redução do estigma associado à condição.
Quais são os tratamentos para o autismo em adultos? Tem cura?
O tratamento do autismo em adultos é uma questão complexa e multifacetada, pois as necessidades e experiências de cada indivíduo variam amplamente.
No entanto, algumas abordagens comuns são:
Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica eficaz para adultos com autismo, especialmente no tratamento de condições co-ocorrentes, como ansiedade e depressão.
Essa terapia se concentra na relação entre pensamentos, sentimentos e comportamentos, ajudando os indivíduos a identificarem padrões de pensamento disfuncionais e a desenvolverem estratégias para modificá-los.
Durante as sessões de TCC, o terapeuta trabalha em colaboração com o paciente para explorar como pensamentos negativos influenciam emoções e ações. Elas também incluem técnicas práticas, como o treinamento de habilidades sociais, que ajudam os indivíduos a melhorarem suas interações interpessoais.
Terapia ocupacional
A terapia ocupacional é uma abordagem essencial para adultos com autismo, focando no desenvolvimento de habilidades necessárias para a realização de atividades diárias de forma independente.
Assim, os terapeutas ocupacionais trabalham com os indivíduos para identificar necessidades específicas e definir objetivos, aprimorando habilidades motoras, organização e comunicação. Além disso, a terapia inclui estratégias de enfrentamento para lidar com situações desafiadoras.
Treinamento de habilidades sociais e treinamento de comunicação
O treinamento de habilidades sociais e comunicação visa aprimorar a interação e a comunicação em diversas situações. Os programas focam em ensinar estratégias práticas, como iniciar e manter conversas, interpretar sinais sociais e responder de forma adequada.
Assim, por meio de simulações e exercícios, os indivíduos aprendem a reconhecer expressões faciais e a comunicação não-verbal.
Além disso, o treinamento ajuda a aumentar a confiança em situações sociais, permitindo que os indivíduos desenvolvam competências fundamentais para fortalecer relacionamentos e promover a inclusão na sociedade.
Por fim, vale ressaltar que não existe cura para o autismo. No entanto, com o tratamento e o suporte adequados, muitas pessoas do espectro autista podem levar vidas plenas e satisfatórias.
O foco está em melhorar a qualidade de vida e ajudar os indivíduos a desenvolverem suas habilidades e potencialidades!
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...