Ansiedade: os 10 sintomas menos conhecidos

A ansiedade é uma condição que pode se manifestar das formas mais variadas. Às vezes, as pessoas nem percebem que certo comportamento possui relação com ela.

Como estão acostumadas com ele, acreditam se tratar de uma parte de sua personalidade ou uma conduta aprendida com os pais na infância.

Deste modo, as pessoas ansiosas não costumam buscar ajuda para acalmar a ansiedade prontamente.

Os psicólogos costumam receber a visita de pacientes com essa condição quando ela já está em estágios mais avançados, gerando crises de ansiedade, insônia e conflitos interpessoais.

Enquanto alguns sintomas ansiosos são bem conhecidos, como pensamentos acelerados, inquietação e nervosismo, outros fazem parte do conjunto que passa despercebido no dia a dia.

Eles podem até causar uma estranheza ocasional para quem os tem, mas não o suficiente para o indivíduo se preocupar com a sua existência. Por essa razão, precisamos conversar sobre eles.

Sintomas menos conhecidos da ansiedade

Cada pessoa vive a ansiedade de um jeito diferente. Embora alguns dos sintomas ansiosos sejam comuns à maioria dos indivíduos, experiências únicas podem ocorrer e deixá-los confusos. Será mesmo que isso tem a ver com a ansiedade?

Grande parte do funcionamento regular do nosso organismo tem ligação com o nosso estado emocional.

O estresse, a depressão e a ansiedade, quando não diagnosticados e devidamente tratados, podem incentivar o surgimento de doenças psicossomáticas.

Assim, é importante saber o que é motivado pela ansiedade para cuidar da saúde do corpo e da mente da maneira adequada.

1.     Pessimismo

Quem tem ansiedade costuma ter uma mentalidade pessimista por se preocupar em demasia com o que pode dar errado.

Os acontecimentos que despertam alegria são menos valorizados ou tratados como algo “passageiro” enquanto os eventos negativos são vistos como “constantes”.

O pessimismo determina o modo como uma pessoa age, toma decisões, lida com as suas emoções, elabora planos e corre atrás deles, interage com os demais e se relaciona afetivamente. Ou seja, tudo é feito sob um véu de negatividade.

2.     Baixa autoestima

Como consequência da mentalidade pessimista, a pessoa ansiosa também tende a ter uma autoestima mais baixa que as demais.

Ela não se vê com bons olhos, é suscetível a autocríticas exageradas e tem dificuldade para reconhecer suas qualidades.

Essa desvalorização de si mesmo afeta a felicidade no trabalho, relacionamento e família.

Indivíduos com baixa autoestima desistem mais facilmente de seus empreendimentos, têm dificuldade para lutar contra pensamentos negativos e levam a opinião dos outros muito à sério.

Eles também podem engajar em comportamentos que desgostam para conseguir a aprovação do outro.

E a anulação do nosso ser é motivo de sofrimento emocional intenso ao longo da vida. Por isso, devemos sempre nos amar antes de amar os outros.

3.     Falta de concentração

A falta de concentração é outro sintoma bem comum da ansiedade, mas que normalmente não é associada a ela.

A ansiedade aumenta o fluxo de pensamentos e preocupações, deixando as pessoas mentalmente cansadas.

Com tanta informação para ser administrada de uma única vez, a pessoa ansiosa começa a ter dificuldade para se concentrar no dia a dia.

Enquanto faz uma atividade, ela está pensando em outras dez que são completamente diferentes.

Isso também pode acontecer na fala.

Ao mesmo tempo em que está falando sobre um assunto, quer falar sobre outros que lhe vem à mente, gerando confusão.

A dificuldade de concentração causa a queda do rendimento escolar e profissional, trazendo frustração e desânimo para o ansioso.

4.     Coração acelerado

Quando se tem ansiedade, o ritmo cardíaco pode acelerar com frequência, principalmente quando se está pensando em algo preocupante ou prestes a enfrentar uma situação estressante. 

As pessoas normalmente têm conhecimento desse sintoma quando ele está relacionado à crise de ansiedade, mas ele também pode ocorrer no dia a dia, antes de dormir, durante a execução de uma atividade ou em momentos de repouso.

Preocupadas, elas buscam um médico para realizar exames cardíacos, mas, como neste caso a causa é emocional, não encontram alterações no funcionamento do coração.

O próximo passo é buscar um psicólogo para investigar os fatores que despertam a ansiedade.

5.     Dor na mandíbula

A ansiedade pode ser a causa de outro sintoma físico: a disfunção temporomandibular, também conhecida como DTM.

Caracterizada por uma alteração disfuncional na articulação que une a mandíbula ao crânio, essa condição se torna bastante incômoda no cotidiano.

A pessoa com DTM tem dores na mandíbula, na cabeça, nos ombros, no pescoço e ao redor dos olhos (têmporas). A dor pode ser tanto crônica quanto ser sentida apenas durante a mastigação e fala.

Outros sintomas são zumbidos no ouvido e o estalar da mandíbula ao abrir e fechar a boca. Em casos graves, a mandíbula pode chegar a travar.

Quem sofre desse desconforto pode consultar um cirurgião dentista, preferencialmente com especialização em DTM, para fazer o diagnóstico.

A ansiedade e desconforto na mandíbula devem ser tratados em conjunto para a pessoa recuperar o bem-estar.

6.     Compulsão alimentar

Muita gente sabe que a ansiedade dá fome. Quando ela está descontrolada, a “vontade de comer” pode evoluir para uma “compulsão alimentar” e causar danos à saúde.

A vontade de comer quando se está ansioso está ligada à necessidade de se acalmar e se distrair do objeto da preocupação, baixa autoestima, dificuldade para lidar com a frustração, culpa e questões mal resolvidas que atormentam a pessoa ansiosa.

Basicamente, é uma tentativa de minimizar o sofrimento com algo considerado gostoso e positivo.

O problema é que o desconforto emocional volta quando a sensação boa causada pela ingestão de comida se esvai.

Para descobrir exatamente qual desses motivos gera ansiedade, é preciso conversar com um psicólogo.

Como a terapia promove o autoconhecimento, a pessoa ansiosa eventualmente descobre o porquê de estar inquieta e pode, junto com o profissional, começar a tratar a ansiedade.

7.     Pesadelos

Estresse e ansiedade são geralmente a causa de pesadelos na vida adulta. Quando tem algo incomodando, como um conflito não resolvido ou a expectativa gerada por uma situação que ainda não aconteceu, a pessoa ansiosa pode ter sonhos perturbadores.

O fator preocupante pode protagonizar o pesadelo ou criar cenários em que outros medos do ansioso estão presentes.

Os pesadelos costumam cessar com a resolução do conflito ou a passagem do evento que causa apreensão.

Se, no entanto, os sonhos ruins continuarem, é ideal consultar um psicólogo. Outros fatores, além da ansiedade, podem estar causando essa perturbação na qualidade do sono.

8.     Despersonalização

Em quadros graves de ansiedade, as pessoas podem ter uma crise de despersonalização.

Trata-se de uma sensação intensa de desconexão com o próprio corpo, sentimentos, sensações e ambientes.

De acordo com o DSM V, cerca de 50% da população geral já teve, pelo menos, uma experiência de despersonalização.

Indivíduos podem sentir que são meros observadores de suas vidas, como se estivessem assistindo ao protagonista de um filme.

Consequentemente, eles têm uma forte sensação de irrealidade, como se não estivessem no controle de suas ações e falas.

Durante uma crise, o mundo pode parecer artificial ou desconfigurado, com sons mais altos que o normal, passagem distorcida do tempo e objetos cujos tamanhos não são compatíveis com a realidade.

Indivíduos ansiosos também podem ter dificuldade para interpretar os acontecimentos do cotidiano, agindo de maneira atípica e despertando a preocupação de amigos e familiares.

9.     Redução da libido

A libido reduzida tende a causar muita frustração, principalmente quando se está em um relacionamento.

A ansiedade é uma das causas para essa disfunção, mas, como ela também pode ter causas fisiológicas, quem acredita estar com a libido reduzida deve consultar um médico.

A ansiedade pode interferir no apetite sexual tanto ao impedir que o ansioso se concentre no momento presente durante a relação sexual quanto ao incentivar a produção do hormônio do estresse, o cortisol, que coloca o corpo em estado de alerta constante.

10.  Perfeccionismo extremo

O perfeccionismo, assim como a compulsão alimentar, pode ter várias causas emocionais.

A pessoa ansiosa pode temer receber críticas, se cobrar demais e querer fazer as coisas perfeitamente de primeira.

Impaciente, ela não se permite desenvolver as habilidades necessárias para chegar a um bom resultado, então tem dificuldade para produzir algo que lhe agrade.

As constantes frustrações podem ser interpretadas como falta de jeito e incentivá-la a desistir do que deseja.

Na verdade, a pessoa ansiosa só precisava de mais tempo e calma para trabalhar adequadamente.

Para chegar a essa conclusão e conseguir se libertar de suas preocupações, pode iniciar um acompanhamento psicoterapêutico e se descobrir.

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