Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
A fobia social, também conhecida como ansiedade social, vai além do nervosismo passageiro sentido em situações sociais.
Você provavelmente já sentiu essa ligeira apreensão em algum momento, como durante apresentações na faculdade ou trabalho e em conversas com chefes ou superiores.
Esse sentimento surge em virtude da preocupação com o que dizer e como agir perante a atenção de tantas pessoas ou de pessoas cuja validação é desejada. O nervosismo desaparece quando a situação chega ao fim. Ele pode retornar quando o ocorrido é relembrado, mas não tem uma influência significativa em nosso humor.
Quando se tem esse tipo de fobia, no entanto, interações corriqueiras causam ansiedade, estresse e vergonha constantemente. Psicólogos afirmam que essa condição não atrapalha somente os relacionamentos, mas também a autoconfiança e desempenho profissional e/ou acadêmico.
O que é fobia social?
Fazer compras no mercado, solicitar uma informação via telefone, trocar experiências com profissionais da área em eventos e falar sobre tudo e nada com vizinhos são interações sociais comuns.
Muitas pessoas gostam de conversar e aproveitam todas as oportunidades disponíveis para puxar assunto com outro alguém.
A fobia social torna praticamente impossível ter essas conversas casuais. O indivíduo fóbico tem dificuldade para gerenciar o estresse oriundo de situações sociais, mesmo que, aparentemente, elas não apresentem nenhuma ameaça a ele. Para não sentir o desconforto emocional, ele evita interagir com as pessoas.
Mas não é apenas o ato de falar com o outro que gera estresse e ansiedade. Outras situações causam desconforto semelhante. Entre elas, estão:
- Falar com desconhecidos;
- Fazer contato visual durante uma conversa ou evento social;
- Namorar;
- Falar em público;
- Entrar em cômodos quando estão ocupados (pois chama a atenção dos ocupantes);
- Usar banheiros públicos;
- Ir a festas ou eventos;
- Comer na frente de outras pessoas;
- Ir à escola, faculdade ou trabalho; e
- Iniciar conversas.
As pessoas com essa condição não possuem problemas com todas as situações mencionadas simultaneamente. Por exemplo, algumas podem ficar envergonhadas quando adentram um cômodo lotado, mas discursar para uma plateia não é considerado tão desagradável.
Elas também possuem razões diferentes para temerem momentos sociais, como ser julgado quando está em evidência, ser humilhado ou envergonhado (e mostrar sinais disso, como enrubescer, suar ou tremer), ofender alguém sem querer ou ser o centro das atenções.
Sintomas da fobia social
Os sintomas da fobia social são parecidos com os das demais condições ligadas à ansiedade. A experiência de cada fóbico é única, mas, normalmente, quando precisam interagir com outras pessoas, esses indivíduos sentem:
- Palpitações;
- Tensão muscular;
- Tontura;
- Crise de ansiedade;
- Desconforto estomacal;
- Diarreia;
- Garganta seca;
- Tremores nas pernas;
- Expectativas ruins sobre o momento social;
- Vontade de ficar em silêncio;
- Incapacidade de respirar;
- Evitar situações que podem causar desconforto;
- Medo;
- Inquietação; e
- Sensação de estar “fora do corpo”.
Esses sintomas podem surgir logo antes da situação que desperta temor, ou semanas antes de determinado evento social. Pessoas com ansiedade social normalmente sofrem por antecedência ou passam muito tempo remoendo o passado.
Elas avaliam as suas ações e palavras, como se estivessem à procura de erros e condutas inapropriadas. Por serem muito exigentes consigo mesmas, quase sempre encontram algo para criticar, se culpar ou se envergonhar.
Em crianças, além dos sintomas mencionados, a fobia é manifestada através de crises de choro, manha, mutismo seletivo e recusa em ficar longe dos pais.
Causas da fobia social
Não há uma causa única para a fobia social. Porém, fatores ambientes e genéticos, como ter histórico de ansiedade ou síndrome do pânico na família, podem corroborar para o surgimento da ansiedade social.
Os fatores ambientais, por outro lado, envolvem experiências ruins, tais como abuso, negligência, bullying, intimidação e outras formas de violência. Pessoas que têm dificuldade para controlar o estresse são igualmente mais suscetíveis a ter ansiedade social.
Outra característica dessa fobia é a manifestação precoce, por volta dos 13 anos. A adolescência é a fase em que há muita preocupação com a aparência, personalidade e opiniões de terceiros. Logo, é um momento favorável para o desenvolvimento dessa condição, além do pânico, depressão, distúrbios alimentares, entre outros.
Tanto adolescentes quanto crianças tímidas podem crescer e se tornar adultos socialmente ansiosos, assim como indivíduos com pais autoritários ou controladores.
Quando o excesso de ansiedade é percebido na infância ou adolescência, pais podem levar os filhos à terapia. Deste modo, eles aprendem desde cedo a se sentirem confortáveis entre outras pessoas e previnem sofrimentos emocionais futuros.
Tratamentos para a fobia social
Existe tratamento para a fobia social!
O uso de medicamentos pode ser recomendado pelo médico psiquiatra ou psicólogo em casos mais severos. Eles são úteis para controlar a ansiedade, possibilitando que o indivíduo fóbico se foque em desenvolver hábitos saudáveis.
Entretanto, o aspecto fundamental do tratamento desse tipo de fobia é, sem dúvidas, a terapia. Ela investiga os sintomas dessa condição com o objetivo de identificar fatores que contribuem para a ansiedade, como traumas, experiências negativas, baixa autoestima, entre outros.
A partir de então, o psicólogo consegue desenvolver estratégias para ajudar o paciente a administrar a ansiedade no dia a dia, modificar crenças negativas sobre si mesmo e as demais pessoas e curar feridas emocionais oriundas de eventos traumáticos.
O paciente ansioso gradualmente adquire mais controle sobre o nervosismo, medo e pensamentos ansiosos que procuram transformar as situações sociais em verdadeiros monstros. A duração desse processo de mudança depende da resposta de cada um ao tratamento.
Algumas pessoas têm mais facilidade para fazer mudanças do que outras, portanto, podem precisar de uma quantidade menor de consultas. Essa perspectiva é passada ao paciente durante o acompanhamento psicológico.
Como lidar com a fobia social no dia a dia?
Quem vive com ansiedade social evita situações sociais consideradas “normais” e perdem oportunidades profissionais e de crescimento pessoal que podem mudar as suas vidas para melhor.
Os relacionamentos também são complicados. O desejo de ter um parceiro e constituir família pode existir, mas a pessoa se sente tão inadequada que não consegue iniciar ou permanecer em uma relação afetiva.
O mesmo acontece em relação à formação de amizades. Às vezes, a pessoa está morrendo de vontade de fazer amizade com alguém, mas não consegue conduzir uma conversa ou cultivar o laço entre ela e o outro.
A autoestima de pessoas fóbicas também costuma ser baixa. Pensamentos de caráter negativo e preocupações desnecessárias perseguem-nas no cotidiano. Assim, não conseguem aproveitar ocasiões que deveriam ser boas e produtivas.
O desejo de aprimorar suas habilidades sociais e ter mais desenvoltura enquanto interagem com os outros é comum entre elas. Apesar de tentarem o seu melhor para progredirem, dificilmente conseguem mudar seu comportamento sem ajuda.
Como você pode ver, essa condição traz muitos inconvenientes que reduzem a felicidade e saúde mental. Felizmente, pessoas socialmente ansiosas podem adotar estratégias para lidar com ela no dia a dia.
1. Aprenda técnicas para acalmar a ansiedade
É imperativo que pessoas que precisam conviver com a ansiedade, seja em forma de fobia, insônia, pânico e compulsão, aprendam métodos para acalmá-la. Você pode respirar fundo, fazer exercícios de visualização, contar até certo número, tentar racionalizar os sintomas psicológicos e meditar brevemente.
Fazer yoga, pilates, caminhada e hobbies relaxantes (como ler, pintar, fotografar e fazer artesanato) são igualmente importantes. Os momentos que proporcionam tranquilidade devem ser adicionados à rotina, mesmo que sejam breves, para prolongar o estado emocional estável.
2. Tenha um diário
Escrever o que você sente e pensa é uma maneira excelente de desabafar, bem como aliviar o estresse acumulado ao longo da semana. Você pode escrever experiências reais, desejos e planos para o futuro, preocupações e basicamente tudo o que você sentir vontade de colocar para fora.
Como conversar com outra pessoa sobre questões íntimas pode ser difícil, você pode substituir a interação pelo diário.
Guardar sentimentos dentro de você é prejudicial para a sua saúde mental. O acúmulo de emoções e pensamentos desagradáveis pode deixá-lo psicologicamente esgotado, além de agravar a ansiedade.
3. Ressignifique sentimentos e pensamentos negativos
Quando a ansiedade e demais sintomas começarem a surgir durante momentos sociais, combata-os com pensamentos positivos. Entre afirmações que você pode dizer a si mesmo estão:
- “Estou no controle das minhas emoções, não o contrário”;
- “Não preciso me preocupar. Não há nada de ameaçador nessa situação”;
- “Tudo bem se eu gaguejar ou não conseguir olhar nos olhos das pessoas”; e
- “Estou fazendo o melhor que eu posso”.
A fobia social tende a transformar as pessoas em seus piores inimigos. Faça exatamente o oposto e se torne o seu melhor amigo.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...