Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788
O humor é um dos principais indicadores de que algo não está bem conosco, seja fisicamente ou psicologicamente. Por isso, quando ouvimos “você está de mau humor” com frequência, não devemos descartar essa observação de imediato.
Psicólogos aconselham refletir sobre as oscilações de humor para que condições sérias não sejam ignoradas ou diagnosticadas tardiamente!
O que causa as oscilações de humor?
Existem diversas explicações para as mudanças repentinas de humor. Um conjunto de fatores pode estar incomodando-o ou um único elemento pode ser o responsável pelas oscilações. A gama de possibilidades pode tornar a identificação do problema mais demorada.
Além disso, outros sintomas podem acompanhar as alterações de humor e revelarem um cuidado inadequado da saúde mental. Para fins de esclarecimento (e possivelmente para acalmar os nervos), veja abaixo o que pode estar causando o humor oscilante.
1. Estresse
Uma vida estressada deixa qualquer um estressado. O mau humor, a irritabilidade, a fadiga e a impaciência podem estar querendo mandar uma mensagem importante para você: talvez esteja na hora de descansar.
Você não precisa pedir férias ou tirar uma licença do trabalho não se quiser ou não for necessário. Modificar a forma como você enxerga as suas obrigações diárias, dedicando mais tempo para cuidar da sua saúde mental em face das tarefas sem fim, pode ser o suficiente para aliviar o mal-estar ocasionado pelo estresse.
O mesmo é válido para situações estressantes que não tem relação com o trabalho, como ambiente familiar disfuncional, amizades tóxicas, relacionamento abusivo e/ou graduação extenuante.
2. Desequilíbrio hormonal
Níveis inadequados de certos hormônios, como o cortisol (estresse) ou a dopamina (prazer), podem impactar diretamente o humor.
Mulheres durante a tensão pré-menstrual (TPM), gravidez e menopausa, em especial, sofrem mais com o humor oscilante. Crianças cuja alteração hormonal decorre de uma condição de saúde também apresentam estados de humor e comportamentos imprevisíveis.
3. Transtorno de Bipolaridade
O transtorno de bipolaridade, ou transtorno bipolar, é uma das causas mais comuns das variações de humor.
Ele é caracterizado por mudanças bruscas, marcadas por episódios eufóricos (mania) e depressivos. A pessoa alterna entre esses dois estados de humor durante vários dias ou semanas, ou permanece somente em um por muitos dias e, em seguida, passa para o outro.
Mais de quatro milhões de brasileiros têm essa condição e, em alguns casos, o diagnóstico pode ser tardio. Os sintomas podem ser confundidos com os da depressão. Assim, a pessoa é submetida ao tratamento incorreto até que a bipolaridade seja percebida.
Para ser considerado transtorno bipolar, as alterações de humor devem ser acentuadas e prejudicar a experiência de vida da pessoa. O bipolar facilmente cede à vontade de jogar, praticar imprudências, marcar encontros sexuais e festar sem considerar as consequências.
4. Ciclotimia
A ciclotimia é outra condição psicológica do humor. Costuma ser referida como uma versão mais branda da bipolaridade por não apresentar sintomas tão intensos.
Ainda assim, o ciclotímico tem dificuldade para controlar o humor oscilante. Suas vidas profissional, social, amorosa e familiar podem ser prejudicadas por conta disso.
Os ciclos depressivos e eufóricos (hipomania) também são características da ciclotimia, mas se manifestam em menor intensidade e por um curto período.
Os sintomas persistem por, pelo menos, dois anos. Nesse período inicial, o ciclotímico é incapaz de distinguir a ciclotimia da depressão ou da bipolaridade. Por isso, um diagnóstico definitivo pode acontecer somente após esses dois anos.
5. Síndrome do Pânico
A síndrome do pânico modifica bruscamente o comportamento da pessoa. De uma hora para outra, ela fica ansiosa e preocupada, olhando ao redor em busca de um refúgio seguro. O medo de uma ameaça invisível é o sintoma dominante durante um ataque de pânico, a qual pode ser desencadeada a qualquer momento.
Outros sintomas também acompanham esse temor repentino: tremores no corpo, palpitações, dormência nos membros, tontura, desmaio, náusea, entre outros.
Embora um ataque de pânico possa acontecer em virtude do acúmulo do estresse, também pode ser um sinal da síndrome do pânico. É importante buscar um diagnóstico na terapia para dar início ao tratamento e prevenir crises futuras.
6. Distimia
A distimia é uma depressão crônica cujo principal sintoma é a irritabilidade. Pensamentos negativos, autoestima baixa, mau humor e desânimo também são desagradáveis constantes na vida da pessoa com distimia.
Indivíduos com essa condição são difíceis de lidar. Eles têm prazer em causar conflitos e afastar as pessoas com suas atitudes mal humoradas.
No entanto, eles somente o fazem porque não compreendem a gravidade do seu estado emocional. A pessoa com distimia crê que a irritabilidade faz parte da sua “personalidade forte” e não costuma buscar tratamento. A condição pode causar episódios de depressão grave quando não tratada.
O diagnóstico, bem como acontece na ciclotimia, costuma acontecer após o acompanhamento de dois anos dos sintomas. A distimia pode afetar adultos, adolescentes e crianças igualmente.
7. Transtorno de Personalidade Borderline
Pessoas com esse transtorno apresentam alternância tanto no humor quanto no comportamento.
Em um momento, podem ser inconsequentes e engajar em atividades perigosas de forma súbita, colocando a própria vida e a dos demais em risco. Em outro, elas se transformam em pessoas emocionalmente dependentes e incapazes de tomar decisões sem o aval de amigos, familiares ou de um parceiro.
A pessoa com borderline pode ter comportamentos contraditórios especialmente em relação aos relacionamentos amorosos. Esses, por sua vez, são idealizados e romantizados ao máximo.
Quando o parceiro não corresponde às expectativas da pessoa, ela fica deprimida, com raiva ou insegura. Pode declarar o seu amor incondicional em um segundo e temer ser abandonada em outro.
O diagnóstico é feito com base nos seguintes critérios, segundo o DSM V: impulsividade, esforços desesperados para não ser abandonado, paranoia, relacionamentos intensos e instáveis, sentimentos persistentes de vazio, mudanças drásticas de humor, entre outros.
8. Depressão
A depressão é um dos transtornos do humor mais comuns da atualidade. Muitas pessoas sucumbem à pressão extenuante do meio e a sentimentos de caráter negativo, tornando-se depressivas.
Os principais sintomas envolvem pessimismo, desesperança, sensação de vazio no peito, fadiga, dificuldade de concentração e insônia. Porém, é a tristeza que se transforma em corriqueira que desperta a preocupação do depressivo e das pessoas ao seu redor.
A depressão não diagnosticada ou não tratada pode dar origem a pensamentos suicidas e tendências a se autoflagelar. Portanto, os sintomas não devem ser ignorados.
Como identificar o humor oscilante?
Identificar o humor oscilante sozinho não costuma ser fácil.
A tendência é perceber a anormalidade do estado de humor somente quando ela resulta em algo ruim. Por exemplo, a raiva constante causa brigas com familiares, amigos e desconhecidos. Ela pode até ocasionar gritaria e brigas em ambientes públicos.
Já a tristeza pode afastar as pessoas e provocar o surgimento de pensamentos de caráter muito negativo, como autocrítica, divagações sobre acontecimentos embaraçosos do passado e devaneios suicidas.
Todos nós experimentados alterações de humor. As pessoas não conseguem manter a felicidade o tempo todo. O mesmo é verdadeiro para o medo, raiva, tédio, esperança, tristeza e demais emoções.
Indivíduos cujo estilo de vida é acelerado ou o ritmo de trabalho é puxado podem sofrer com oscilações frequentes já que o desgaste físico e emocional é quase inevitável nessas circunstâncias.
Entretanto, alterações de humor bruscas não são comuns. Quando uma grande variedade de humores é notada ao longo do dia ou da semana é possível que um problema maior seja o responsável.
Quem sofre com o humor oscilante, contudo, não costuma ter essa percepção sem ajuda. Mesmo quando sua vida é prejudicada, o indivíduo pode não adquirir consciência das alterações em seu humor. Portanto, os comentários de pessoas próximas ajudam a perceber a diferença no comportamento.
Se você notou que a raiva e a tristeza tornarem-se suas fiéis companheiras, peça a opinião de alguém de confiança sobre o seu humor para confirmar as suas suspeitas. Depois, marque uma consulta com um psicólogo para descobrir se o problema é passageiro ou está relacionado a uma condição mais grave.
Como tratar o humor oscilante?
O tratamento do humor oscilante envolve a terapia, onde são trabalhados os impasses emocionais do paciente.
Com o passar das sessões, ele se torna competente em aliviar a aflição causada por sintomas de condições psicológicas e modificar comportamentos que promovem o sofrimento.
A terapia também pode acontecer mesmo se não houver diagnóstico. Afinal, as pessoas precisam aliviar o estresse em algum momento! O psicólogo é o profissional indicado para ouvir os desabafos e ajudar na superação de situações que afetam o humor.
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...
Minha empregada tem oxcilações no humor. Um dia, ou uma semana está de bom humor e outra semana está de cara feia. Dois dias que ela me dá bom dia como se ela fosse me bater. Eu simplesmente dou bom dia e não falo mais nada.
Compreendo que você esteja vivendo um momento muito delicado. O que você precisa fazer neste momento é cuidar da sua saúde mental. Embora seja difícil, trabalhe as suas emoções para ressignificar esses sentimentos e a partir disso tomar decisões acertadas para o seu bem-estar e de sua família.