Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019
Como perdoar alguém, especialmente alguém da própria família, que lhe causou dores emocionais, físicas ou psicológicas?
Os relacionamentos que cultivamos ao longo da vida já costumam ser complicados.
Os envolvendo familiares, então, são ainda mais!
Por isso, segundo os psicólogos, o perdão pode vir com dificuldade ou simplesmente não acontecer devido a conotações negativas, advindas de interpretações equivocadas sobre o ato de perdoar.
Reestabelecer laços familiares é, na verdade, um processo que exige paciência, escuta e flexibilidade de ambos os lados.
Junto com o pedido de perdão, vêm as lembranças do sofrimento passado e as emoções sentidas na ocasião afloram novamente.
A má administração delas pode fadar o relacionamento ao esquecimento.
O que é, de fato, o perdão?
O orgulho costuma estar presente nos conflitos familiares por causa da intimidade.
Cada um sabe de uma história embaraçosa ou engraçada do outro, e guarda lembranças de acontecimentos, especialmente os negativos, e palavras ditas no momento da raiva.
O conhecimento dos defeitos, qualidades e comportamentos, dependendo da proximidade dos parentes, pode resultar em acusações e descrença sobre a mudança de conduta.
Essas características do relacionamento familiar tendem a dificultar tanto os pedidos de perdão quanto a aceitação dos mesmos.
Muitas pessoas associam o ato de perdoar a uma postura de desistência, como se estivessem abaixando a cabeça para quem cometeu a ofensa, ou ao esquecimento do ocorrido.
A pergunta “como esquecer o que aconteceu comigo, como se não importasse?” pode influenciar a decisão de quem recebe o pedido de perdão.
Todavia, perdão é um ato de libertação.
Ele demonstra que você conseguiu deixar o passado para trás, mesmo que o desejo de conviver com o outro novamente não exista.
Perdoar, na verdade, faz mais por você do que pelo outro.
Os acontecimentos passados não podem ser modificados e a repercussão dos mesmos em sua saúde mental ou física também não.
Mas é possível se livrar das emoções negativas atreladas a eles e superar bloqueios que podem estar impedindo-o de ter uma vida feliz.
Aprender como perdoar é cuidar de si mesmo.
Conflitos familiares que deixam marcas
Antes de abordar como perdoar, vamos conversar sobre os conflitos familiares que deixam marcas?
Alguns são mais graves, como abuso sexual ou a negligência parental, enquanto outros são motivados por diferenças de opinião.
A divergência de opiniões sobre política, religião, futebol e, a partir de agora, a pandemia de COVID-19, pode causar brigas em eventos familiares ou em grupos de mensagem.
Outra situação bastante comum é o famoso “jogar na cara”.
Durante uma discussão, um parente pode usar uma situação desagradável para desestruturar o emocional do outro. Assim, a pessoa se sente culpada, envergonhada ou com ainda mais raiva. Essas interações costumam acabar em períodos de silêncio entre os familiares.
Como existe uma variedade de situações que podem marcá-lo, veja abaixo algumas circunstâncias pontuais.
E se eu sofri um abuso de um familiar? É possível perdoá-lo?
Pouco na vida é considerado impossível. Perdoar nessas condições, no entanto, é difícil. Pode levar anos para que você consiga se sentir em paz com o que aconteceu e como o ocorrido lhe afetou.
O perdão pode ajudá-lo a deixar o passado para trás e tirar melhor proveito do momento presente. Para fazer isso, você pode buscar ajuda na terapia.
E se a atitude de um parente resultou em uma perda na minha vida? Como perdoar nessa situação?
A resposta para essa pergunta aparecerá após muita autorreflexão e comunicação sincera com o parente que lhe prejudicou.
O arrependimento dele pode ser verdadeiro bem como as mudanças em seu comportamento.
Quem sabe ele não se tornou uma pessoa melhor depois de aprender com os seus erros? Quem sabe ele não deseja estabelecer uma amizade para compensá-lo? Você precisará avaliar bem a situação e como se sente em relação a reatar laços com aquela pessoa.
E se a pessoa da qual guardo mágoa faleceu?
Não raro as pessoas não conseguem se acertar com os familiares em vida. O sentimento que fica de um conflito não resolvido tende a ser amargo. Afinal, no fim de contas, o tempo diminui a intensidade das mágoas.
Nessa situação, você pode praticar o perdão em sua mente e em seu coração.
E se eu ainda sinto as consequências do que aconteceu no passado, como mágoa, ressentimento, raiva ou tristeza?
Se você ainda sofre por nunca ter resolvido, de fato, a situação, compartilhe os seus sentimentos.
Pode ser oralmente ou através de uma carta. Uma leveza tomará conta de seus ombros após fazê-lo.
Muitas vezes, esse desabafo é o necessário para diminuir a mágoa sentida pela outra pessoa, tornando reatar os laços com ela bem mais simples.
As pessoas geralmente precisam sentir uma sensação de “finalização” em relação aos acontecimentos da vida para seguirem adiante.
6 dicas para aprender como perdoar
O perdão não precisa necessariamente seguir um pedido. Você pode perdoar alguém que lhe fez mal em qualquer momento de sua vida ao tomar essa decisão.
Geralmente, essa necessidade surge quando se inicia um processo de autoconhecimento, o qual pode ser feito sozinho ou com auxílio de um psicólogo.
Os efeitos dessa maneira de perdoar são os mesmos.
Ele comprova o fato que perdoar é, de fato, mais benéfico e tranquilizador para quem sofreu a ofensa.
Mesmo que a pessoa não saiba ou não tenha interesse em reatar laços com você, as suas interações com ela perderão a tensão e o sentimento ruim de estar cumprindo uma obrigação para satisfazer a família.
Abaixo, veja cinco maneiras de como perdoar.
1. Não seja desonesto
Não inicie a interação com mentiras nem perdoe somente para acabar logo com ela. O ato deve ser verdadeiro.
Você não precisa se tornar o melhor amigo da pessoa após o pedido de perdão, ou demonstrar afeição exagerada para satisfazer pedidos de familiares somente para manter as aparências.
A retomada do laço familiar vai ocorrer naturalmente, acredite. Não ceda a pressões para não se sobrecarregar com emoções de péssima qualidade.
2. Pratique a empatia
Coloque-se no lugar do seu familiar e procure compreender a sua maneira de pensar.
É verdade que às vezes as pessoas fazem coisas consideradas ruins simplesmente porque podem.
No entanto, geralmente são motivadas por outros problemas, como, por exemplo, uma crise financeira ou a ansiedade descontrolada.
Por sobrecarregarem o seu estado emocional, podem agir inapropriadamente sem ter a intenção e se arrependerem depois.
É também possível que a pessoa não tenha consciência de sua conduta imprópria e, por isso, não saiba como controlá-la nem modificá-la.
Seja qual for a explicação proporcionada por seu familiar, não a descarte antes de refletir sobre ela. E se você estivesse naquela posição? O que faria?
3. Considere se vale a pena
Vale a pena ficar a sua vida inteira com raiva ou ressentir aquela pessoa? Remoer o acontecimento ou sentir-se mal sempre que lembrar-se dele ou ao esbarrar com determinado parente lhe beneficia de alguma forma?
Pense bem. Esses sentimentos são cansativos e senti-los com frequência pode deixá-lo exausto.
Além disso, não é incomum as pessoas se arrependerem de terem os alimentado por tanto tempo.
À medida que envelhecem, percebem que a insistência no negativo não valeu a pena.
4. Dialogue sem se alterar
Converse com o seu familiar sem dar espaço para a exaltação se manifestar.
O diálogo deve ser focado somente no perdão e em como o relacionamento entre vocês será dali em diante.
O que pode ser feito para fortalecer o laço entre vocês novamente?
A vontade de mostrar superioridade ou arrogância pode surgir devido às emoções negativas guardadas dentro de você por muitos anos.
No entanto, resista ao impulso de expressá-las. A intenção é perdoar e, possivelmente, reatar o laço familiar com a outra pessoa, e não iniciar outro conflito.
5. Expresse os seus sentimentos
O ato de perdoar é propício para expressar os seus sentimentos sobre o ocorrido.
Conte à pessoa como você se sente hoje, como se sentiu na época, como o acontecimento ou as palavras ditas modificaram a sua vida.
Este é o momento para ser sincero e colocar para fora tudo o que guardou dentro de você. Porém, lembre-se de fazê-lo com educação e serenidade.
6. Não force a barra
Pode demorar para que o relacionamento entre vocês volte ao normal. Uma vez que a intimidade foi rompida, leva tempo para ser restaurada.
Não crie situações forçadas ou incomode, ou se permita ser incomodado demais pela pessoa. Mantenha a tranquilidade e deixe a vida seguir o seu curso natural.
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma é formada há mais de 10 anos e é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, disfunção sexual...