Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Franciane Bortoli - Psicólogo CRP 06/205788

Quando queremos nos referir a uma dor ou queimação estomacal que surge após algum momento de estresse e/ou ansiedade, é comum utilizarmos o termo “gastrite nervosa”.
Mas será que essa condição realmente existe? Ou teria um termo mais apropriado para se referir a ela? Quais são os seus sintomas e como diferenciá-la de uma gastrite “normal”?
Continue a leitura deste artigo para encontrar a resposta para essas e outras perguntas!
Afinal, gastrite nervosa existe?
“Gastrite nervosa” é um termo popular utilizado para se referir a um quadro de desconforto estomacal que surge associado ao estresse e/ou à ansiedade. Certo?
No entanto, o termo é erroneamente utilizado. Isso porque, para ser considerada uma gastrite, é necessário que haja uma inflamação no revestimento interno do estômago, algo que precisa ser comprovado por meio de um exame, como a endoscopia.
Nesse sentido, se não há essa inflamação, não existe gastrite, sendo, portanto, “dispepsia funcional” o termo mais correto a ser utilizado em casos de dores abdominais ocasionadas exclusivamente por fatores psicológicos.
Apesar disso, essa nomenclatura se tornou usual, sobretudo porque os sintomas da dispepsia funcional são igualmente desconfortáveis como os de uma gastrite.
Qual é a diferença entre gastrite “comum” e gastrite nervosa?
De forma breve, a gastrite “comum” é a patologia na qual há, de fato, uma inflamação da mucosa estomacal provocada por um aumento da produção de ácido gástrico.
O aumento dessa substância, por sua vez, surge em decorrência da presença de bactérias no estômago – como H.pylori – e/ou da adoção de alguns hábitos prejudiciais, como consumo de álcool, uso de medicamentos, etc.
Por outro lado, a gastrite nervosa não é uma questão clínica, mas sim um desconforto abdominal que ocorre por causa de questões psicológicas, como ansiedade e estresse.
Assim, é válido dizer que, apenas fatores psicológicos não provocam a gastrite. Entretanto, eles podem estimular a produção de ácido no estômago. Caso uma pessoa tenha uma predisposição para a doença, então pode agravar o seu quadro.
Além dessa diferença central, a gastrite “comum” e a gastrite nervosa se diferenciam no tratamento. Enquanto a primeira exige o uso de medicamentos prescritos por um médico – preferencialmente um gastroenterologista, a segunda envolve, sobretudo, o cuidado com a saúde mental, como a psicoterapia.
O que causa a gastrite nervosa?
Como já deu para perceber, a gastrite nervosa pode surgir em decorrência da instabilidade emocional de uma pessoa. Sendo assim, situações estressantes, vivência de traumas, brigas e problemas financeiros, por exemplo, podem provocar dores abdominais.
Como ansiedade e estresse afetam o aparelho digestivo?
O sistema digestório e o nervoso estão completamente interligados, o que faz com que ansiedade, estresse e outras questões psicológicas gerem reações como dor de barriga, perda de apetite, ânsia, enjôo, entre outros sintomas gastrointestinais.
Nesse contexto, quando uma pessoa fica excessivamente ansiosa, nervosa ou estressada, hormônios como adrenalina e cortisol são liberados na corrente sanguínea. Eles, por sua vez, tem efeito rápido no trato digestório.
Vale dizer que, no caso de pessoas que já apresentam gastrite, os fatores psicológicos podem agravar a condição.
Quais são os sintomas dessa condição?
Os sintomas da dispepsia funcional – a famosa gastrite nervosa – são os mesmos da gastrite “comum” (fato que fazem as duas serem confundidas). Assim, eles incluem:
- Indigestão
- Perda de apetite
- Dor ou sensação de queimação estomacal
- Náuseas e vômitos
- Acúmulo de gases
- Distensão abdominal
- Diarreia
- Digestão lenta
Além disso, algumas pessoas podem apresentar outros sinais relacionados à gastrite nervosa, como dores de cabeça e mal-estar geral.
Como é feito o diagnóstico? Qual médico procurar?
O diagnóstico da gastrite nervosa é feito por um gastroenterologista, que faz uma anamnese bastante detalhada. Dentre outros pontos, ele questiona o paciente sobre seus hábitos de vida, uso de medicamentos, condições pré-existentes e, é claro, se ele passa por situações estressantes de forma constante.
Caso seja necessário, o médico pode encaminhar o indivíduo para a realização da endoscopia, exame que analisa a mucosa do estômago. Aqui, será possível investigar se há mesmo uma inflamação ou se essa as dores estão relacionadas a questões psicológicas.
Assim, descartando as possibilidades de doença clínica, então o “gastro” – como é popularmente chamado – pode fechar o diagnóstico de dispepsia funcional.
Como tratar a gastrite nervosa?
Felizmente, a gastrite nervosa tem cura. Como a sua causa é de origem emocional, o principal tratamento são os cuidados com a saúde mental, o que inclui o acompanhamento psicológico e, a depender da necessidade, psiquiátrico.
Na psicoterapia, o psicólogo poderá ajudar o paciente a mudar os seus padrões de comportamento e pensamento que influenciam no sugirmento de ansiedade e estresse. Além disso, trabalhará o autoconhecimento e a inteligência emocional para que seja possível controlar as emoções e os sentimentos.
Em casos mais graves e diante da existência de alguma condição psicológica já existente, como depressão e transtorno de ansiedade generalizada, o especialista também ajudará o indivíduo a amenizar os seus sintomas.
Por fim, mas não menos importante, o tratamento da gastrite nervosa também envolve a manutenção de hábitos saudáveis, como:
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Praticar atividades que controlem a ansiedade, como yoga e meditação;
- Se alimentar de forma saudável.
E como aliviar a gastrite nervosa em uma crise?
Agora, se você estiver vivenciando uma crise de dispepsia funcional, então devem ser adotadas medidas urgentes que amenizem todo o desconforto trazido pelos seus sintomas.
Primeiramente, você pode fazer o uso de algum antiácido receitado pelo gastroenterologista de sua confiança. Mas, atenção: apenas use medicamentos prescritos pelo médico, uma vez que a automedicação pode piorar o seu quadro.
Além disso, é necessário adotar uma alimentação mais leve, com pouca gordura, álcool e cafeína. Alimentos cozidos e que sejam pouco fermentáveis também são de grande valia para acalmar a mucosa do estômago.
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Como vimos, a mente e o emocional influenciam diretamente na saúde do corpo, sendo a dispepsia funcional uma prova disso. Portanto, é primordial cuidarmos da nossa saúde mental para termos um corpo funcionando bem e com disposição!
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Autor: psicologa Psicóloga Franciane Bortoli - CRP 06/205788Formação: A psicóloga Franciane Bortoli é especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, possui Formação em Terapia de Casal pelo Instituto Brasiliense de Análise de Comportamento e possui também Formação em Avaliação Psicológica...