Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019
Aprender a questionar e mudar os hábitos aprendidos pelos seus pais e avós é um passo essencial para quebrar o trauma geracional que possa acabar causando conflitos familiares durante anos.
Embora a tradição e a transmissão de conhecimento possam ser valiosas, também é importante reconhecer que o mundo está em constante evolução, e o que funcionou em uma tempos passados pode não ser adequado ou eficaz atualmente.
Inclusive, algumas práticas consideradas normais naquele momento, hoje em dia, podem ser lidas como formas de desrespeito.
Continue lendo para entender como romper o ciclo e evitar passar adiante costumes que não deveriam fazer parte da vida das próximas gerações.
O que é trauma geracional?
O trauma geracional nada mais é que a transmissão de questões não resolvidas ou não processados de uma geração para a próxima dentro de uma família ou comunidade.
Isso significa que os traumas experimentados por membros em gerações passadas continuam a afetar as gerações posteriores.
Assim, esses traumas podem incluir experiências significativas e dolorosas, como abuso físico, abuso sexual, negligência, eventos traumáticos históricos, perda de entes queridos, migração forçada, racismo sistêmico e discriminação, entre outros.
Mas também podem envolver pressões psicológicas e manipulação.
Tome como exemplo pais violentos que batem nos filhos por qualquer erro e acabam criando crianças também problemáticas e com tendências violentas.
Ao conversar com eles, descobrimos que ele também foi criado da mesma forma, e que, inclusive, seu pai também apanhava do seu avô como método de disciplina.
No final, esse filho, quando criar a sua própria família, tem duas tendências: reproduzir o que aprendeu enquanto era criança, ou quebrar esse trauma geracional e tentar outras formas de educação.
Essa prática pode influenciar as crenças, comportamentos e relações familiares ao longo do tempo.
Além disso, os efeitos do trauma podem ser transmitidos de maneira não intencional, à medida que os membros da família tentam lidar com suas próprias experiências e sintomas relacionados ao trauma.
Como quebrar o ciclo de trauma geracional
Supondo que você percebeu que algumas atitudes vindas da sua família não estavam bem e que é melhor seguir a partir de então fazendo tudo diferente, como é possível que isso aconteça?
Quebrar esse ciclo pode ser um processo desafiador, mas é fundamental para promover a cura e o bem-estar das gerações futuras.
Aqui estão algumas etapas que podem ajudar a quebrar o ciclo de trauma geracional:
Reconhecimento do trauma
O trauma pode ter um impacto duradouro na saúde mental e emocional de uma pessoa e pode se manifestar de várias maneiras. É por isso que a primeira etapa deve ser reconhecer a sua existência.
Dependendo da dimensão e do impacto que ele teve na vida da vítima, existem diversas fases do reconhecimento. Algumas das principais são:
- Reações emocionais intensas, como medo, ansiedade, raiva, tristeza, culpa ou vergonha de forma desproporcional;
- Flashbacks;
- Evitação;
- Hipervigilância;
- Pesadelos;
- Alterações no humor e no comportamento, como irritabilidade, depressão ou humor imprevisível;
- Sintomas físicos, como dores de cabeça, problemas gastrointestinais, tensão muscular crônica e outras queixas físicas inexplicáveis;
- Dissociação
Uma vez que a vítima entende que algumas dessas atitudes podem estar relacionadas a gatilhos mentais que desdobram de traumas geracionais, é importante, também, compartilhar com as demais pessoas envolvidas.
Isso pode gerar conversas honestas com membros da família sobre as experiências passadas e como elas afetaram a família ao longo do tempo.
Muitas vezes, com o passar dos anos, os familiares compreendem que não agiram da melhor forma, apesar de crer que, na época, era o correto.
Compreensão e busca de outras perspectivas
Enquanto estiver falando com outras pessoas que viveram a mesma situação, busque entender como o trauma as afeta e como ele pode ser transmitido de uma geração para a próxima.
Nesse momento, também é importante conversar sobre saúde mental, psicologia e terapia para atravessar a realização da experiência traumática.
Terapia e acompanhamento psicológico
A terapia individual ou familiar pode ser uma ferramenta importante para lidar com o trauma geracional e com um ambiente tóxico dentro de casa.
Assim, um terapeuta treinado pode ajudar a identificar padrões de comportamento disfuncionais, explorar as raízes do trauma e desenvolver estratégias para lidar com ele de forma saudável.
Comunicação
Melhore a comunicação dentro da família. Isso pode envolver a criação de um ambiente seguro para expressar emoções e compartilhar experiências. A comunicação aberta pode ajudar a identificar e resolver conflitos subjacentes.
Estabelecimento de limites
Defina limites saudáveis com membros da família, especialmente se você perceber que o relacionamento é tóxico. Isso pode envolver a necessidade de se afastar de situações prejudiciais.
Busca de apoio externo
Às vezes, pode ser útil buscar apoio fora da família. Isso pode ser por meio de grupos de apoio, amigos, mentores ou outros profissionais que possam oferecer suporte e orientação.
Quebrando o ciclo
Esteja comprometido em não perpetuar o trauma para a próxima geração. Isso pode envolver a conscientização de como seus comportamentos afetam os outros e a escolha de agir de maneira diferente.
Lembre-se que não é só porque você passou por momentos difíceis, que os demais precisam passar também. Exerça a empatia.
Perdoar
O perdão pode ser uma parte importante do processo de cura.
Isso não significa esquecer ou minimizar o trauma, mas sim liberar a raiva e o ressentimento que podem estar mantendo você ligado ao passado.
É importante compreender que a sua realidade foi aquela e não é possível mudar o passado.
Porém, você tem em suas mãos a possibilidade de romper com a tradição familiar e garantir que as novas gerações não precisem passar por isso também.
Perigos de perpetuar os traumas geracionais
Não quebrar o ciclo de trauma geracional pode resultar em uma série de consequências negativas para indivíduos e famílias.
Afinal, as questões não resolvidas tendem a ser transmitido de uma geração para a próxima.
Isso significa que os padrões disfuncionais de comportamento, relacionamentos prejudiciais e problemas emocionais podem ser perpetuados ao longo do tempo, afetando não apenas a geração atual, mas também as futuras.
Inclusive, a falta de tratamento pode levar a problemas significativos de saúde mental, como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), abuso de substâncias e outros distúrbios psicológicos.
Esses distúrbios podem persistir e agravar-se ao longo do tempo, prejudicando no cotidiano da vítima.
Outro ponto importante é que a não resolução também é responsável por criar tensão e conflitos nas relações familiares, tornando difícil para os membros da família se relacionarem de maneira saudável e construtiva. Isso pode resultar em alienação, isolamento e disfunção familiar.
Lembrando que as crianças são particularmente vulneráveis aos efeitos do trauma geracional.
Assim, traumas não resolvidos podem afetar negativamente o desenvolvimento emocional e psicológico das crianças, aumentando o risco de problemas comportamentais, emocionais e de relacionamento.
Ou seja, ao ser consciente de que as coisas deveriam ter sido diferentes e não fazer nada sobre, é gerado ciclo interminável de sofrimento, no qual as gerações futuras continuam a enfrentar os mesmos desafios e dificuldades, tornando difícil romper com o passado.
É importante lembrar que a recuperação do trauma pode ser um processo longo e desafiador, mas é possível com o apoio adequado.
Mas, é importante não privar os futuros nomes da sua família de ter uma infância saudável e um ambiente acolhedor.
Busque o auxílio de um profissional
Terapeutas, conselheiros e profissionais de saúde mental podem desempenhar um papel fundamental no processo de cura e recuperação das gerações afetadas pelo trauma geracional.
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma é formada há mais de 10 anos e é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, disfunção sexual...