Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Psicóloga Veluma Marzola - Psicólogo CRP 06/124019
O momento certo para falar sobre sexualidade com os filhos pode causar confusão aos pais, especialmente com tantas informações disponíveis hoje.
Por um lado, o conhecimento enriquece o debate e o entendimento acerca desse assunto.
Por outro, a quantidade de informações excessivas pode levar à confusão sobre o que abordar e como fazer isso.
Os pais exercem um papel fundamental na compreensão dos filhos sobre as particularidades da sexualidade humana.
O assunto precisa estar presente nos diálogos familiares à medida que o filho cresce e tem as suas vivências.
O que é sexualidade?
A sexualidade humana engloba uma série de questões: biológicas, físicas, emocionais, psicológicas, sociais e assim por diante.
Não envolve somente o ato sexual ou as experiências sexuais, mas, sim, todos os fatores que compõem a identidade sexual dos indivíduos.
A orientação sexual é um dos pilares da sexualidade humana, caracterizada pela atração sentida por outros indivíduos.
Dentro desse termo guarda-chuva estão a heterossexualidade (atração pelo gênero oposto), homossexualidade (atração pelo mesmo gênero), bissexualidade (atração por ambos os gêneros), entre outros.
Há, ainda, a assexualidade, que é alvo de muitos questionamentos. Pessoas assexuais não sentem atração sexual ou sentem atração reduzida, mas podem se interessar romanticamente por outros indivíduos.
A atração romântica consiste no desejo de se apaixonar ou de ter um relacionamento sério com outra pessoa.
A sexualidade é um assunto complexo que não costuma ser abordado com o devido cuidado em ambientes fora do espaço acadêmico.
Esse descuido corrobora para a propagação de dúvidas e discursos prejudiciais sobre uma parte tão importante da vida das pessoas.
Por que se deve falar sobre sexualidade com os filhos?
Quando adentram o período de namorar e descobrir a sexualidade, os adolescentes normalmente já possuem uma série de ideias pré-concebidas sobre relacionamentos, intimidade e amor.
Essas, por sua vez, vem da mídia (TV, serviços de streaming, músicas, livros, etc), redes sociais, amigos, família de amigos e todo o tipo de ambiente social.
Além disso, as crenças que formamos no decorrer da vida são formadas por coisas que não são ditas de maneira explícita.
Através dos comportamentos e das situações, chegamos a conclusões de como devemos nos portar e pensar sobre determinado acontecimento.
Nem sempre as conclusões que chegamos a partir de tudo o que vemos e vivemos são saudáveis, por isso, a orientação é essencial.
Como essas crenças são formadas ao longo do crescimento, a orientação deve vir da família ou de um profissional experiente, como um psicólogo.
Então, mesmo que seja desconfortável, os pais precisam conversar com os filhos sobre sexualidade.
Alguns pais sentem vergonha ou acreditam que não devem falar sobre esse assunto para não encorajar comportamentos sexuais, mas a falta de diálogo leva os filhos a preencher essa lacuna com informações adquiridas por fora.
Dependendo da fonte e do conteúdo, elas podem ser úteis ou nocivas.
Com informações em mãos, as pessoas conseguem tomar decisões mais assertivas e entender que precisam se autoconhecer para levar uma vida autêntica e alegre.
Negar a identidade é a receita certa para a insatisfação e o eventual desenvolvimento de condições de saúde mental, como depressão e ansiedade.
Como falar sobre sexualidade com os filhos?
Procuramos responder, abaixo, algumas das dúvidas mais comuns dos pais em relação a esse assunto.
Quando falar sobre sexualidade com os filhos?
A principal dúvida dos pais tende a ser qual é o momento certo para falar com filhos sobre esse assunto. Existe uma idade correta?
Entre os oito e 13 anos, acontece a transição da infância para a adolescência, a famosa puberdade.
Neste período, o corpo das meninas e meninos passa por mudanças. Ocorre a produção do hormônio da testosterona nos homens e da progesterona e estrogênio nas mulheres.
É também neste período que as dúvidas e o desejo de explorar a sexualidade normalmente surgem, portanto, os pais já podem iniciar conversas sobre sexualidade.
Quando o filho adolescente começa a namorar, ele deve ser orientado sobre intimidade e sexo.
Afinal, raramente os filhos adolescentes conversam com os pais sobre esse assunto ou compartilham com eles a primeira experiência.
Caso os filhos tragam dúvidas em uma idade considerada muito jovem, como aos 10 anos de idade, os pais podem aproveitar o momento para responder dúvidas, usando uma linguagem adequada para tratar o assunto.
Como abordar o tema sexualidade com os filhos?
Outra dúvida grande é como abordar esse assunto. Primeiramente, adotar a postura de estar aberto ao diálogo é essencial para uma conversa bem-sucedida. Além de falar, é preciso ouvir.
As crianças e os adolescentes fazem perguntas porque eles não possuem conhecimento e precisam de respostas. Eles buscam essas respostas nos pais, que são as suas maiores referências de como o mundo funciona.
Se você se encontrar nessa situação, não silencie o seu filho, dizendo que não é algo adequado para ele falar nesta idade ou em voz alta.
Além de não aclarar dúvidas, essa postura causa constrangimento. Ouça, explique e esclareça.
Em segundo lugar, os pais podem filtrar o que passar aos filhos. Muita gente sente que certas coisas não devem ser ditas em razão da idade e, até certo ponto, é verdade.
É essencial os pais mudarem o conteúdo e a forma de falar conforme a idade do filho e, aos poucos, ir abordando o assunto por completo.
Compreenda que essa conversa precisa acontecer de maneira respeitosa, esclarecedora e empática para que os filhos sejam bem orientados.
Dessa forma, terão embasamento para tomar decisões benéficas para eles no futuro. Isso pode não acontecer se a única fonte de informação deles for a mídia ou um colega de turma.
Quais temas abordar?
A sexualidade não envolve somente o ato sexual, como dito anteriormente. Discorrer sobre sexo, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e métodos contraceptivos é fundamental, mas há outras questões que merecem atenção.
Pais podem conversar sobre o que é um relacionamento saudável, como, por exemplo, quais atitudes esperar do cônjuge e como identificar se ele ou ela está te tratando bem.
Nós temos a tendência de moldar a nossa visão do que é certo e errado ao observar o relacionamento dos nossos pais e descobrir fatores problemáticos em vivências.
Para evitar isso, os pais podem falar sobre a importância do respeito, carinho e empatia no relacionamento.
Outro fator importante é a autoestima. Pessoas com baixa autoestima tendem a iniciar e permanecer em relacionamentos abusivos ou tóxicos. Mesmo não sendo bem tratadas, se contentam com as migalhas de afeto recebidas porque elas fazem com que se sintam amadas.
Pais podem ajudar a construir a autoestima dos filhos, ensinando-os a se amarem e a não aceitarem desrespeito, seja em relacionamentos amorosos ou em outros contextos sociais.
O que fazer se eu não tiver conhecimento de certos assuntos?
O estudo da sexualidade humana não é estático. Cada vez mais, estudiosos compreendem como normais sociais e crenças influenciam o comportamento sexual.
Da mesma forma, entendem que há outras maneiras de expressar a sexualidade e o afeto além da heterossexualidade.
Se você não tiver conhecimento sobre orientação sexual, identidade de gênero e outras questões relacionadas à sexualidade, estude!
Leia livros sobre o tema, preferencialmente de autores com anos de experiência e pesquisa no assunto.
Ouça as experiências de outros pais e de pessoas homossexuais, bissexuais, assexuais, entre outras orientações sexuais, para entender como é essa vivência.
Você pode até conversar com um psicólogo para obter mais conhecimento.
Este profissional está sempre acompanhando as mudanças da sociedade e como elas afetam as pessoas. Ou seja, além de ter o conhecimento da psiquê humana, o psicólogo está em constante processo de atualização sobre temas relevantes.
O que não pode faltar nesta conversa sobre sexualidade?
Respeito, empatia, informações corretas e desejo de aprender devem estar presentes nesta conversa. Um diálogo entre as gerações precisa ser estabelecido para que as orientações sejam repassadas e absorvidas com seriedade.
Se você ouviu algo que não compreende do seu filho, procure entender mais sobre o assunto.
Por exemplo, se ele ou ela contar a você que é homossexual, bissexual ou outra orientação, ouça tudo o que ele tem a dizer. Coloque-se no lugar dele para conseguir entender os seus medos, frustrações e desejos.
Este é um momento importante na vida das pessoas e, dependendo da reação dos pais e pessoas queridas, pode se tornar uma memória calorosa ou danificar o relacionamento de pais e filhos para sempre.
Quando os filhos não se sentem compreendidos e aceitos em casa, eles buscam afeto e aceitação em outros ambientes e pessoas.
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Autor: psicologa Psicóloga Veluma Marzola - CRP 06/124019Formação: A psicóloga Veluma é formada há mais de 10 anos e é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental. Possui experiência em escuta e acolhimento em Terapia Individual e Terapia de Casal. Atende demandas como ansiedade generalizada, conflitos profissionais, amorosos e familiares, disfunção sexual...
THAIANA OBRIGADO PELA QUALIDADE E ATUALIDADE DE SEUS TEXTOS, SEM FALAR DE SUA DELICADEZA AO ESCREVER.
Excelente texto.
Gratidão Dra.